A razão que levou um cantor de rap a ser sentenciado à morte no Irã
Amir Hossein Maghsoudloo, o Tataloo, combina rap, pop e R&B em suas músicas e já cantou em apoio ao programa nuclear do país

O cantor iraniano Amir Hossein Maghsoudloo, conhecido como Tataloo, de 37 anos, foi condenado à morte após ter sido considerado culpado por blasfêmia após ter insultado o profeta islâmico Maomé. Ainda cabe recurso.
A inacreditável condenação ocorre após a Suprema Corte do país rever uma condenação de cinco anos pelo mesmo crime. O músico, que morava em Istambul, na Turquia, desde 2018, foi preso em 2023 e entregue às autoridades do Irã.
O artista, que tem o corpo completamente tatuado, já havia sido condenado a 10 anos de prisão por promover a prostituição, publicar conteúdo obsceno e por disseminar propaganda contra a república Islâmica.
Sua música, que combina rap, pop e R&B, já chegou a ser usada por políticos conservadores que queriam conquistar uma ala mais jovem e liberal do país. Em 2015, Tataloo lançou uma música em que cantava em apoio ao programa nuclear do Irã, mas, em geral, as letras criticavam as normas sociais e políticas do país.
Em 2017, Tataloo chegou a fazer uma reunião com o presidente ultraconservador Ebrahim Raisi, morto em um acidente de helicóptero. Nos últimos anos, porém, ele havia se transformado em um símbolo à repressão cultura do regime.
A condenação de Tataloo reforça uma nova política do Irã de silenciar a oposição artística do país. Toomaj Salehi, outro rapper, foi perseguido por apoiar os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, em 2022.