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O Som e a Fúria

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A resposta sucinta de Claudia Leitte à acusação de racismo religioso

Cantora de axé trocou Iemanjá por Jesus em show e se tornou alvo de denúncia do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras

Por Thiago Gelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 dez 2024, 09h45

A cantora Claudia Leitte se tornou alvo de inquérito do Ministério Público da Bahia (MP-BA) em 14 de dezembro após ser acusada de racismo religioso por espectadores de show que apresentou em Salvador. Na ocasião, a artista trocou um verso da própria canção Caranguejo, lançada em 2004: ao invés de “saudando a rainha Iemanjá”, entoou “eu canto meu rei Yeshua”, nome de Jesus em hebraico. Quinze dias depois, ela enfim se pronunciou sobre o caso em uma coletiva de imprensa na madrugada desta segunda-feira, 30 de dezembro.

Aos jornalistas presentes, Claudia afirmou brevemente: “Esse é um assunto muito sério. Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial. Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem os jogar ao tribunal da internet. É isso”.

Após o momento viralizar nas redes sociais, o Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e a mãe de santo Jaciara Ribeiro formalizaram uma denúncia contra a cantora. Para eles, a alteração na letra é uma forma de discriminação contra religiões de matriz africana. O caso está sendo apurado pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.

A atitude também foi repreendida por Pedro Tourinho, secretário de Cultura e Turismo da capital baiana, que publicou em seu perfil no Instagram um texto sobre a influência das religiões de matriz africana na Axé Music — sem citar nomes. “Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music. Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos”, escreveu.

“O papel da cultura negra no axé music, o protagonismo dos cantores brancos, com os negros na composição e na ‘cozinha’, são fatos que não podem ser contornados. Não é para se fazer caça às bruxas, mas sim fazer justiça e colocar tudo no seu devido lugar”, disparou Tourinho. “Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo”, completou o secretário.

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