Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal
Continua após publicidade

Do Coldplay a Harry Styles, vida dos popstars na estrada já não é a mesma

Eles estão mudando a lógica dos shows e preferindo fazer longas temporadas em um só local

Por Amanda Capuano Atualizado em 4 jun 2024, 11h53 - Publicado em 1 out 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Quando Harry Styles cantou no Madison Square Garden, em 21 de setembro, a plateia estava cheia de fãs que peregrinaram até ali para a última apresentação naquela que foi sua casa por um mês: o britânico era atração da arena nova-­iorquina desde agosto, em quinze shows com lotação máxima. Há alguns dias, aterrissou no Texas, onde subirá ao palco seis vezes até 3 de outubro — no total, serão 42 apresentações nos Estados Unidos em 2022, concentradas em cinco cidades. O mesmo vai se repetir por aqui: os ingressos para as três noites de dezembro em que estará no Allianz Parque, em São Paulo, esgotaram-se rapidamente (além disso, ele irá ao Rio e a Curitiba). O caso de Styles aponta uma tendência: com poder de arrastar multidões, nomes incensados da música hoje optam por reduzir a marcha da chamada “vida na estrada”, fincando raízes temporárias com numerosos shows no mesmo local.

    POPULAR - Styles: dos EUA ao Brasil, shows lotados nos mesmos estádios -
    POPULAR - Styles: dos EUA ao Brasil, shows lotados nos mesmos estádios – (Kevin Mazur/Getty Images)

    Ao dar um tempo na tradição nômade que sempre marcou as turnês musicais, os grandes artistas atuais promovem uma guinada comportamental curiosa. Hoje mais preocupados com itens como qualidade de vida e sossego, eles passam longe do ideal romântico e errático das antigas turnês de ídolos do rock como Led Zeppelin ou Nirvana, regadas a sexo, drogas e noitadas. O impacto mercadológico do novo modelo não é menos expressivo. Fixar residência, ainda que transitória, é também uma forma de otimizar os custos abissais da logística de produção dos shows em estádios.

    A Head Full Of Dreams [Disco de Vinil]

    É o que fará o Coldplay na América Latina. Depois da passagem marcante pelo Rock in Rio, a banda emendou o festival com a turnê Music of the Spheres, que terá uma sequência de seis apresentações no mesmo Allianz Parque a partir de 15 de outubro (mais duas noites no Rio), e outras dez no estádio do River Plate, em Buenos Aires. “Maximizamos o número de shows quando há menos viagens entre cidades. No caso do Coldplay, havia uma demanda gigantesca por ingressos”, explica Alexandre Faria, vice-­presidente da Live Nation Brasil, realizadora dos shows.

    CASEIRA - Adele: ela quer conciliar vida pessoal e temporada de espetáculos -
    CASEIRA - Adele: ela quer conciliar vida pessoal e temporada de espetáculos – (Gareth Cattermole/Getty Images)
    Continua após a publicidade

    30 [Disco de Vinil]

    O esquema segue mais ou menos a lógica de uma temporada no teatro: o artista escolhe cidades estratégicas para múltiplas apresentações, atraindo o público dos arredores. Com isso, escapa do desgaste físico de pular de cidade em cidade, e evita custos de deslocamento. É uma fórmula que traz dividendos variados, mas não está ao alcance de qualquer um. Basta olhar para o passado para entender que conclamar o público a essa espécie de “venham a mim” é uma demonstração de força: entre os raros precursores de Styles e Coldplay está Prince, que fez 21 shows esgotados numa arena em Londres em 2007. “É uma coisa cíclica adotada por quem conquista prestígio”, analisa o produtor musical João Marcello Bôscoli.

    DECADÊNCIA - Elvis Presley nos anos 70: residência em cassino de Vegas foi indicativo do fim de carreira -
    DECADÊNCIA – Elvis Presley nos anos 70: residência em cassino de Vegas foi indicativo do fim de carreira – (Michael Ochs Archives/Getty Images)

    Harry Styles – Harry’s House

    Continua após a publicidade

    A nova realidade não chega sem certa ironia. Se as famigeradas residências em Las Vegas tornaram-se indicativo de decadência desde que um inchado Elvis Presley reinou por lá, nos anos 1970, Adele agora põe isso em xeque. No auge da carreira, a inglesa anunciou a residência Week­ends with Adele, com trinta shows no hotel-cassino Caesars Palace entre novembro deste ano e março de 2023. Em 2017, após passar quinze meses na estrada, Adele cogitou nunca mais sair em turnê. “Não é algo que me faz bem. Sou uma pessoa caseira e gosto das coisas simples”, escreveu aos fãs. Agora, encontrou na residência uma alternativa para brilhar no palco sem a loucura de uma turnê tradicional, conciliando a carreira com a vida pessoal.

    A atitude de Adele é reflexo de uma discussão muito atual: a preocupação com a saúde mental converteu-se em uma questão sensível para os ídolos pop. “Faço turnê desde os 15 anos e, para ser honesto, sempre foi difícil estar longe de amigos e familiares”, proclamou o canadense Shawn Mendes ao cancelar em julho a turnê Wonder, com apenas sete dos 87 shows realizados. Nesse cenário, o modelo de “temporadas fixas” surge como alternativa para mitigar a estafa que a rotina (ou a falta dela) tem sobre as estrelas. Se o show precisa continuar, que seja no mesmo palco.

    Publicado em VEJA de 5 de outubro de 2022, edição nº 2809

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Continua após a publicidade
    A emocionante participação especial de Milton Nascimento em showA emocionante participação especial de Milton Nascimento em show
    A Head Full Of Dreams [Disco de Vinil]
    A emocionante participação especial de Milton Nascimento em showA emocionante participação especial de Milton Nascimento em show
    30 [Disco de Vinil]
    Continua após a publicidade
    A emocionante participação especial de Milton Nascimento em showHarry Styles - Harry's House
    Harry Styles – Harry’s House
    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.