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O Som e a Fúria

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Kiss se despede dos palcos com show grandioso em São Paulo

Os músicos setentões fizeram um show de quase duas horas com direito ao circo completo e muita pirotecnia

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 1 Maio 2022, 00h56

Quando Ronaldo Fenômeno jogou pelo Corinthians entre 2009 e 2011, já no fim da carreira, os torcedores que iam ao estádio vê-lo em ação não esperavam uma performance idêntica ao período em que ele estava no auge. Ronaldo estava gordinho, era mais lento mas, mesmo assim, ainda fazia jogadas sensacionais e marcou gols que entraram para a história do clube. Com a banda novaiorquina Kiss, que se apresentou neste sábado, 30, para 45 mil pessoas em São Paulo, foi a mesma coisa. A voz de Paul Stanley é vacilante, e Gene Simmons, com seus mais de 20 quilos de figurino, pouco se movimenta no palco, mas eles ainda continuam fazendo um espetáculo visual e musical que vale cada centavo do ingresso.

O grupo, que já passou por Porto Alegre, Curitiba e depois vai para Ribeirão Preto, trouxe para a capital paulista a sua turnê de despedida, End Of The Road, com o alerta de que esta é, de verdade, a última turnê da história do grupo, depois de várias visitas à São Paulo. E como se trata da última oportunidade para ver a banda, eles não economizaram no aparato, trazendo para o Brasil o circo completo: telões, fogos de artifício, lasers, pirotecnia, plataformas suspensas, não faltou nada no show que durou quase duas horas. Além, é claro, de Gene Simmons cuspindo fogo e sangue, Paul Stanley voando pela plateia e solos memoráveis de Eric Singer, na bateria e Tommy Thayer, na guitarra.

Em uma apresentação dessa proporção, portanto, não há espaço para improviso. O show é totalmente roteirizado e coreografado e o line-up é idêntico em todos as cidades. Em São Paulo, o único momento que saiu do script foi quando um grilo pousou no microfone de Paul Stanley, batizado por ele de Dr. Love, já que ele surgiu no momento em que a banda iria tocar Calling Dr. Love.

Em entrevista a VEJA em maio de 2021, Paul Stanley justificou o fim da banda. “Se tocássemos com jeans e camisetas, poderíamos fazer turnês até os 90 anos. Mas carregamos 20 quilos de figurinos cada um. Em algum ponto vai ficar impossível. Precisamos parar com nosso melhor, maior e mais bombástico show da história”, diz ele. Em uma outra entrevista, desta vez para a revista americana Entertainment Tonight, Gene Simmons, que tem 72 anos, afirmou que Beyoncé não conseguiria fazer um show com essa mesma produção. De fato, ver um grupo de setentões no palco, com um figurino pesado e fazendo um espetáculo para lá de circense, impressiona. Quando eles se aposentarem, nem Beyoncé, nem ninguém, vai conseguir substituí-los.

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Confir o set-list do show de São Paulo

Detroit Rock City
Shout It Out Loud
Deuce
War Machine
Heaven’s on Fire
I Love It Loud
Say Yeah
Cold Gin
Lick It Up
Calling Dr. Love
Tears Are Falling
Psycho Circus / solo de bateria / 100,000 Years
God of Thunder
Love Gun
I Was Made for Lovin’ You
Black Diamond
Beth
Do You Love Me?
Rock and Roll All Nite

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