Lollapalooza: Huck e humorista do Porta atacam veto a protesto político
Apresentador comparou decisão do TSE com a censura imposta na época da ditadura militar, e humorista questionou se pastores também serão multados
O Tribuna Superior Eleitoral (TSE) acatou um pedido do partido do presidente Bolsonaro para vetar manifestações políticas de artistas no Lollapalooza, depois que Pabllo Vittar foi flagrada com uma bandeira do Lula. Na resolução, porém, um dos exemplos de “campanha eleitoral antecipada” é o show da cantora Marina, cuja “campanha” consistiu em xingar Putin e Bolsonaro. Diante disso, Luciano Huck e Antonio Tabet, membro do canal Porta dos Fundos, foram ao Twitter questionar a decisão.
“Num festival de música, quem decide se vaia ou aplaude a opinião do artista no palco é a plateia e não o TSE. Ou ligaram a máquina do tempo, resgataram o AI-5 e nos levaram para 1968?”, escreveu o apresentador, comparando a decisão à censura imposta a artistas durante os anos mais duros da ditadura militar. Já Tabet, questionou o “dois pesos e duas medidas” do órgão: “Perguntinha: o TSE vai multar os pastores que, diariamente, determinam nos cultos em quem os fiéis devem votar ou aí pode?”, escreveu na rede.
O último dia de Lollapalooza acontece nesse domingo, em São Paulo. Entre os artistas que se apresentam hoje há figuras que se opõem abertamente a Bolsonaro, como os rappers Emicida e Djonga, Lucas Silveira, vocalista da Fresno, e Gloria Groove. Se enquadradas no entendimento amplo de “campanha eleitoral antecipada” apontado pelo TSE, eventuais manifestações podem render multa de 50 mil reais.
Confira as publicações:
Perguntinha: o TSE vai multar os pastores que, diariamente, determinam nos cultos em quem os fiéis devem votar ou aí pode?
— Antonio Tabet (@antoniotabet) March 27, 2022
Num festival de música, quem decide se vaia ou aplaude a opinião de um artista no palco é a plateia e não o TSE. Ou ligaram a máquina do tempo, resgataram o AI-5 e nos levaram pra 1968?
— Luciano Huck (@LucianoHuck) March 27, 2022