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Aplicativo da Apple revoluciona o acesso à música clássica

Nova plataforma promete facilidade de pesquisa e qualidade altíssima para os amantes do gênero

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 11h03 - Publicado em 7 abr 2023, 06h00
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  • TRADIÇÃO RENOVADA - O jovem Mozart adaptado aos costumes de hoje: mais qualidade sonora -
    TRADIÇÃO RENOVADA - O jovem Mozart adaptado aos costumes de hoje: mais qualidade sonora (Montagem com obra de Giambettino Cignaroli (coleção particular) e foto de iStockphoto/Getty Images)

    Segundo a anedota que circula nos bastidores de uma grande orquestra brasileira, certa vez uma solista tentou fazer uma busca no streaming pela soprano Maria Callas, a prima donna do canto lírico. O resultado, porém, passou longe do gol: o nome sugerido foi Mariah Carey, a artista pop conhecida por seus agudos nada sutis. O caso ilustra a frustração que os ouvintes de composições clássicas enfrentam desde que esse tipo de plataforma digital se tornou o modo universal de ouvir música. Uma falha indecorosa que agora começa a ser sanada: a Apple lançou na última semana o aplicativo Apple Music Classical, primeira grande iniciativa no strea­ming voltada a esse público.

    Por enquanto disponível só para iPhones — quem já é assinante da Apple Music terá acesso automático ao serviço —, o novo aplicativo foi saudado como uma pequena revolução numa área nobre até então relegada ao limbo digital. Nas plataformas de streaming regulares, o fã de música clássica navegava quase à deriva — até é possível buscar obras do gênero no Spotify ou na própria Apple Music, mas sem atingir o nível de especificidade peculiar a esse mercado. O novo aplicativo contempla o ouvinte que se sentia órfão — e usa dos mesmos subterfúgios dos apps de música em geral para atingir o público mais jovem, possibilitando um maior contato da geração Z com o universo erudito.

    O livro da música clássica

    Basicamente, o que o Apple Music Classical faz é adequar as ferramentas de busca aos códigos tradicionais do gênero. O sistema de classificação e os algoritmos que fazem as recomendações das canções foram desenvolvidos pensando na música pop, na qual o que importa são o nome do artista, título da canção e estilo. Com séculos de história, a música clássica tem particularidades mais complexas. Ao navegar no app, é possível buscar por período, compositor, gênero, regente, orquestra, solista ou conjunto — e também pelos instrumentos, do piano até oboé, fagote e percussão. Também é possível filtrar por tipo de voz, como soprano, meio-soprano e tenor.

    Adicionar precisão às buscas dos clássicos é uma conquista e tanto. A procura por “quarteto de cordas de Beethoven” num serviço de streaming comum traz resultados confusos, que misturam playlists aleatórias, músicas relaxantes e até hinos religiosos. No novo streaming clássico, não. Por lá é possível fazer uma busca para lá de específica e encontrar com facilidade a Bachianas Brasileiras N. 5, de Heitor Villa-Lobos, executada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, com a soprano Donna Brown e regência de Roberto Minczuk.

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    Beethoven: Angústia e triunfo

    A tarefa de organizar o acervo histórico de música clássica e criar uma experiência agradável para o usuário veio após a compra pela Apple da startup holandesa Primephonic, serviço de streaming só dessa seara. A Primephonic já vinha conquistando os exigentes clientes há algum tempo e despertou a atenção da Apple para o nicho. “Quem escuta música clássica não está interessado na dancinha ou no refrão chiclete. Eles querem ouvir com a qualidade máxima”, explica o produtor João Marcello Bôscoli.

    Para além do mapeamento, o aplicativo tem outro trunfo: a qualidade sonora. Esse sempre foi um calcanhar de Aquiles: dos vinis aos CDs, os apreciadores de obras orquestrais e de câmara nunca se contentaram com o resultado. A coisa desandou de vez há vinte anos, quando a música passou a ser consumida via internet. Para dar conta de armazenar os arquivos digitalmente, o áudio tinha de ser comprimido, prejudicando a qualidade. De lá para cá, a internet ficou mais rápida e novas tecnologias de compressão surgiram. É aí que entra o acervo de 5 milhões de músicas do Apple Music Classical, a maioria delas com qualidade LossLess, semelhante àquela ouvida nos estúdios, e também em áudio espacial, que transporta para os fones de ouvido a experiência de estar numa sala de concerto.

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    O aplicativo descarta uma ferramenta corriqueira, o que diz muito sobre esse mercado: não existe a função de ouvir no modo aleatório. Afinal, ninguém quer degustar os quatro atos da ópera-bufa As Bodas de Fígaro, de Mozart, fora de ordem. Por outro lado, o app incorporou certas facilidades pueris criadas pelos algoritmos, com playlists na linha “músicas para motivar” e “música clássica para relaxar”. Por fim, há minibiografias de compositores e explicações sobre as composições. O que a Apple percebeu foi que ela não tinha um problema de acervo, já que a maioria das gravações estava em seu banco de dados — e, sim, de embalagem e apresentação. “A Apple deu o primeiro passo para tratar a música clássica como música, e não mero conteúdo”, diz Bôscoli. Enfim, um streaming afinado com a tradição.

    Publicado em VEJA de 12 de abril de 2023, edição nº 2836

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