Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Imagem Blog

O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal

O grande erro (e o ótimo acerto) de Taylor Swift em novo álbum

O poético 'The Tortured Poets Department' é o 11º disco da cantora — e soma o impressionante número de 31 faixas inéditas

Por Amanda Capuano Atualizado em 9 Maio 2024, 12h11 - Publicado em 19 abr 2024, 15h53

Na noite de 4 de fevereiro, dia em que recebeu o Grammy de álbum do ano por Midnights, Taylor Swift subiu ao palco da premiação e anunciou um novo disco. Passados dois meses e meio de espera, The Tortured Poets Department (O Departamento Poetas Torturados, em tradução livre), chegou às plataformas de streaming nessa sexta-feira, 19 — mas a cantora deixou de fora um pequeno detalhe: a produção é um álbum duplo, com uma segunda parte — The Tortured Poets Department: The Anthology — lançada de surpresa junto com o disco principal. No total, o projeto é composto por 31 canções, reforçando a linha de produção musical quase fordista de Taylor — que, nos últimos quatro anos, lançou quatro discos inéditos e quatro regravações de trabalhos anteriores.

Seguindo a linha confessional que fez dela a artista mais popular de sua geração, o álbum mergulha em suas inseguranças pessoais e agruras amorosas, transitando entre as dores do fim do relacionamento de seis anos com o ator Joe Alwyn, o caso rápido, mas aparentemente tórrido, com Matty Healy, vocalista da banda The 1975, e o atual relacionamento com o jogador de futebol americano Travis Kelcey. Rebuscado liricamente, o disco carrega ainda uma série de referências mitológicas e da cultura pop. Em Clara Bow, Taylor passeia por mulheres que estiveram no topo do mundo, citando a atriz que dá nome à faixa e a roqueira Stevie Nicks antes de mencionar a si mesma. Já Cassandra é uma referência à profetisa da mitologia grega que carregava a maldição de revelar futuros nos quais ninguém acreditava. “Nas ruas, há um motim furioso. Quando é ‘Queime a bruxa’, eles estão gritando. Quando a verdade aparece, fica silencioso”, canta na faixa.

Como quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade, o álbum revela certo cansaço de uma parceria de sucesso longevo: a primeira parte da produção é dominada por colaborações com o produtor Jack Antonoff, que está com ela desde 2014, quando co-escreveu e produziu Out Of The Woods, do álbum 1989 — de lá pra cá, ele foi vertido pela cantora em seu fiel escudeiro, assinando diversas produções. No novo trabalho, ele abusa dos sintetizadores e deixa de lado os instrumentos tradicionais, pintando uma sonoridade um tanto quanto monótona, abaixo dos sentimentos de raiva, dor, resignações e luto descritos nas letras. A segunda parte do disco, no entanto, aposta majoritariamente na união com Aaron Dressner — esta, sim, ainda capaz de construir melodias que levantam as canções ao invés de derrubá-las, extraindo o melhor da escrita-diário que virou marca registrada da cantora. Uma seleção mais restrita, portanto, faria bem ao disco como um todo, mas a escolha por não fazê-la não é acidental.

A overdose musical, destaca-se, é estratégica: com mais canções circulando e fãs ávidos por consumir o trabalho de cabo à rabo, aumenta-se o número de reproduções, garantindo números melhores e recordes preciosos a serem batidos. Segura artisticamente e com a cabeça sempre ligada nos negócios, Taylor sabe bem como navegar no mercado fonográfico atual — não à toa, é a maior workaholic da indústria, e se desafia constantemente. Sabe, também, como poucos, transformar situações ordinárias do dia a dia em narrativas universais, que conversam diretamente com os fãs. É preciso cuidar, no entanto, para que a fome produtiva não devore o apreço do público — que, no caso dela, tem se mostrado mais fiel do que muito namorado.

Publicidade

Imagem do bloco

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.