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O Som e a Fúria

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Os 90 anos de Alaíde Costa, a estrela rejeitada da bossa nova

A cantora mantém-se ativa nos palcos e é resgatada pela nova geração, em um reconhecimento justo

Por Beatriz Haddad 16 nov 2025, 08h00

Prestes a completar 90 anos, em 8 de dezembro, a cantora Alaíde Costa prefere falar dos momentos bons que viveu. Os percalços? Foram muitos: uma das pioneiras da bossa nova, a artista negra nascida no bairro carioca do Méier não alcançou o sucesso de outras estrelas do gênero e permaneceu esquecida por um longo tempo. Mas isso não foi suficiente para impedi-la de continuar ativa por sete décadas. “O que me motiva é a vontade de cantar. É como se fosse o ar que eu respiro”, disse ela a VEJA.

Hoje reconhecida como uma das peças fundamentais na criação do ritmo do banquinho e do violão, Alaíde comemora também um maior interesse do público jovem por seu trabalho. Atualmente na estrada, divulga seu álbum mais recente, Uma Estrela para Dalva, em homenagem a Dalva de Oliveira (1917-1972). A agenda lotada vai culminar em um especial no dia de seu aniversário, numa casa de shows em São Paulo. “Me sinto grata e surpresa. Batalhei demais e o reconhecimento, enfim, veio”, diz.

Alaíde era uma alienígena entre os medalhões da elite artística brasileira. Proveniente de uma família humilde e sem ligações com a música, trabalhou como babá e planejava ser professora. O primeiro a notar seu talento — e forçá-la a participar de um concurso de calouros, aos 9 anos — foi o irmão caçula. Na adolescência, ouviu de uma patroa que sua voz era bonita e deveria ir ao programa de rádio de Ary Barroso, no Rio. Seguiu o conselho, se inscreveu e no dia da apresentação conquistou nota máxima. Daí em diante foi chamando a atenção de bambas renomados. Após ouvi-la, João Gilberto a convidou para uma reu­nião na casa do pianista Bené Nunes, na Zona Sul carioca, onde um novo ritmo começava a surgir. “Eu comecei com a bossa, mas ela ainda nem tinha um nome. Na época, eram apenas encontros para cada um mostrar sua música”, relembra.

Foi numa dessas sessões dos anos 1950, na casa de Vinicius de Moraes, que ela ouviu jazz pela primeira vez. Negra e suburbana, era sempre empurrada pelos produtores para o samba, mas não se rendeu: “Adoro samba, só não sei fazer bem. Queria fazer algo diferente e moderno”. O preço por privilegiar o repertório refinado, com forte influência do jazz, foi ser preterida no meio. Ficou um tempo no ostracismo até receber, no início dos anos 1970, convite de Milton Nascimento para participar de uma faixa daquele que viria a se tornar um dos álbuns mais importantes da MPB, o Clube da Esquina. “Fiquei encantada com a música que eles faziam. Era uma inovação bonita”, lembra.

O disco foi a senha para Alaíde se manter fiel a seu gosto musical, apesar de não lhe ter dado a fama merecida. Tal equívoco é reparado só agora, em pleno século XXI. Em 2020, ganhou um prêmio de atuação no Festival de Gramado pelo filme Todos os Mortos. Assim, atraiu novos fãs e voltou ao radar de produtores. A hora da estrela tardou, mas chegou.

Publicado em VEJA de 14 de novembro de 2025, edição nº 2970

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