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Rock in Rio: a triste verdade apontada pelas vendas do ‘Dia do Brasil’

Festival tem três dias com ingressos ainda disponíveis, entre eles a data temática dedicada exclusivamente aos artistas nacionais

Por Amanda Capuano Atualizado em 20 ago 2024, 16h38 - Publicado em 24 Maio 2024, 15h36
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  • O Rock in Rio abriu as vendas gerais nessa quinta-feira, 23, e boa parte das datas esgotaram os ingressos. Entre os que ainda tem bilhetes disponíveis, no entanto, está o “Dia Brasil” (21 de setembro), uma aposta arriscada do festival que parece não ter caído totalmente no gosto do público. Idealizada como uma espécie de celebração à música nacional, a ideia esbarra em uma questão prática: é difícil convencer o público a pagar 795 reais para ver apenas uma palhinha de atrações nacionais que estão constantemente em festivais menores ou shows solos com valores mais acessíveis e setlists mais trabalhadas.

    Além do preço salgado e sem nenhum tipo de conforto devido à experiência “raiz” vendida pelos festivais, o modelo escolhido para o evento também não ajuda: separados por gênero, os mais de 70 artistas nacionais terão tempo de, no máximo, apresentar duas ou três músicas em shows temáticos e coletivos: no “Para Sempre: Sertanejo”, por exemplo, Chitãozinho & Xororó se une à Orquestra Heliópolis e recebem convidados como Ana Castela, Junior, Luan Santana e Simone Mendes. Já no tributo ao Rock, se apresentam Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino e Toni Garrido. Há ainda especiais dedicados à MPB, Pop, Trap, Rap, Bossa Nova, Samba e outros gêneros “homenageados” no mesmo formato.

    Olhando toda essa salada, a impressão que fica é que o “Dia do Brasil” compartilha da energia de eventos como o Criança Esperança ou o Show da Virada (que é de graça, destaca-se) onde vários convidados se reúnem no palco para apresentações fofinhas de celebração, mas nenhum deles tem tempo hábil de entregar um show completo, que de fato cative o público e valha o preço cobrado pelo Rock In Rio. Na ânsia de homenagear a todos, com pouca ou nenhuma curadoria, acaba-se não honrando o legado de ninguém. Para quem gosta de um ou outro artista, por exemplo, compensa mais pagar um show solo e ter a garantia de uma apresentação completa. Até setembro, é claro, tem muito chão pela frente, e há quem ainda vai desembolsar uma boa grana para ver a reunião de astros no mesmo espaço — mas a julgar pelas vendas iniciais, essa não é a opção da maioria.

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