Conheça a Ferrari 12 Cilindri de R$ 7,9 milhões que chegou ao Brasil
Vimos de perto o único exemplar no novo modelo equipado com um potente V12 de 830 cv - possivelmente o último sem eletrificação - a desembarcar no país

“Não há maestro de orquestra no mundo que consiga reproduzir a melodia de uma Ferrari de 12 cilindros”, teria dito o grande maestro Herbert Von Karajan (1908-1989) sobre os motores V12 produzidos em Maranello. Além de ter dado origem ao grande clichê do jornalismo automotivo de comprar a sonoridade dos motores a sinfonias, a frase de Karajan – um fã da Ferrari que tinha uma 250 GT Lusso em sua garagem – ajudou a dar corpo à mística dos motores V12 da marca do Cavallino Rampante.
Por isso, a Ferrari 12 Cilindri (leia-se Dodici Cilindri) tem um papel especial no portfólio da marca. Apresentado oficialmente em maio de 2024, o modelo chegou agora ao Brasil. E vem apenas não apenas com o V12 aprimorado, mas também como possível último representante de uma Ferrari produzida apenas com um motor à combustão, sem nenhuma ajuda elétrica.

Logo de cara, o design chama a atenção. As linhas do carro foram inspiradas não apenas na Ferrari Daytona lançada em 1968, mas nos veículos de vanguarda desenvolvidos durante as décadas de 1960 e 1970, durante a corrida espacial. Por isso, tem uma pegada retrofuturista. As linhas são elegantes, mas também musculosas, como fica claro no desenho das rodas (de 21 polegadas, de acordo com a unidade exibida). A cabine foi colocada quase na altura das rodas traseiras, e o enorme capô guarda o motor V12. A traseira foi inspirada em jatos de caça e tem certa agressividade e imponência.
Sob o leve capô está o V12 aspirado da família F140 apresentada lá em 2022, quando saiu a Ferrari Enzo. Desde então, ele vem sendo aprimorado. Está presente em diversos lançamentos importantes, como a Ferrari LaFerrari e a Ferrari Purosangue, primeiro SUV da marca. Agora, na 12 Cilindri, chega a sua expressão máxima. O propulsor de 6.5 L tem 830 cv de potência a 9.250 rpm e 69,1 kgfm de torque a 7.250 rpm, acoplado a um câmbio automático de dupla embreagem e de oito marchas. É capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 2,9 segundos, e de 0 a 200 km/h em 7,9 segundos. A velocidade máxima é de 340 km/h.

Ela foi projetada como uma Grand Tourer, ou seja, feita para viagens de longa distância. Tradicionalmente, são modelos confortáveis e luxuosos. A versão trazida ao Brasil, na cor Bianco Artico, veio com bancos esportivos bem pouco confortáveis para qualquer viagem mais demorada, mas é possível optar por alternativas que favorecem o bem-estar em vez da performance. Ela comporta apenas dois passageiros e tem um porta-malas funcional de 220 litros. O acabamento da nova unidade mistura elementos em fibra de carbono com tecidos macios ao toque, como couro e alcantara.
Segundo a Via Itália, importadora oficial da marca no Brasil, algumas das unidades da 12 Cilindri a que o país tem direito (de acordo com a alocação determinada pela matriz) já estão encomendadas. Cada uma custa R$ 7,9 milhões, fora os valores gastos com elementos de personalização. É o preço do que pode ser o último V12 puro da Ferrari.
