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O queijo produzido no Brasil ganha relevância internacional

Surpresa: os mineiros não são os únicos a produzirem produtos de qualidade. Os paulistas entraram no jogo para valer

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 21h23 - Publicado em 4 set 2023, 16h48

O queijo artesanal produzido em Minas Gerais costuma levar a fama, mas os mineiros não são os únicos que fazem produtos de grande qualidade. As queijarias paulistas têm ganhado notoriedade pela inovação e pela quantidade de prêmios internacionais que vêm acumulando. Sem o peso da tradição, os produtores do Estado estão explorando diferentes possibilidades e o resultado é uma variedade extraordinária de sabores. Há exatos seis anos, em setembro de 2017, um grupo de produtores se reuniu para formatar o Caminho do Queijo Artesanal Paulista, um estímulo à visitação e à construção de um ecossistema produtivo. Inicialmente, 10 queijarias se reuniram no projeto. Hoje, são 17 integrantes. A maioria conta com infraestrutura para receber os visitantes interessados em entender os detalhes da produção.

Um dos destaques do roteiro é a Fazenda Atalaia, localizada em Amparo. A propriedade, construída em 1870, é uma verdadeira relíquia da época em que o café era um dos principais motores da economia brasileira. Seu primeiro dono foi Pedro Penteado, presidente do Banco Industrial de Amparo, mas a crise de 1929 fez com que o grão perdesse força. Foi preciso buscar outras formas de diversificar a produção. Em 1940, a fazenda foi vendida para Caram José Matta e Zakie José Matta, imigrantes de origem libanesa que havia chegado ao país em 1908, avós de Paulo, atual proprietário.

Paulo e a mulher, Rosana, cuidam da fazenda hoje. E a vocação para a produção de queijos veio por acaso. Inicialmente, os produtos eram feitos para consumo da própria família. O Queijo Tulha, como ficaria conhecido, foi deixado, meio sem querer, para amadurecer na antiga tulha usada para armazenar café. Um amigo da família provou o queijo e disse que era um dos melhores que havia degustado. Uma amostra foi, então, enviada para San Sebastian, na Espanha, onde é realizado o World Cheese Awards. E Tulha recebeu uma medalha de ouro, tornando-se o primeiro queijo brasileiro a receber a condecoração. Rosana conta os visitantes começaram a aparecer na fazenda, que ainda não tinha infraestrutura para receber turistas.

Portfólio da queijaria é extenso e inclui o premiado Tulha, que recebeu medalha de ouro no World Cheese Awards -
Portfólio da queijaria é extenso e inclui o premiado Tulha, que recebeu medalha de ouro no World Cheese Awards – (André Sollitto/VEJA)

Agora, a situação mudou. A fazenda continua sendo restaurada, aos poucos, com recursos próprios, obtidos tanto pelas taxas de visitação quanto pela venda dos queijos. Mas já conta com loja, restaurante, bom espaço de estacionamento e um tour guiado. A cerca de 120 quilômetros de São Paulo, é uma boa opção para uma viagem rápida de um dia. Boa parte do caminho é pela Rodovia dos Bandeirantes. Ou seja, estrada bem conservada, com pedágios não tão caros (R$ 17,10 até Amparo). O trecho final, pela SP-352, é especialmente bonito. A estrada já foi considerada uma das melhores do Brasil há poucos anos pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), por meio de sua Pesquisa Rodoviária. São poucos quilômetros da saída de Amparo até a entrada da fazenda, mas o passeio é agradável.

O ideal é chegar cedo para a visitação, realizada aos finais de semana, feriados e emendas em dois horários, às 10h e às 14h30. O tour passa pelo antigo alambique, transformado em marcenaria, de onde saem os móveis usados no restaurante, bem como as peças que fazem parte do projeto de restauração. Passa também pelos ambientes onde vivem as vacas e cabras, e termina com uma degustação de alguns dos queijos lá produzidos. Não é preciso reservar, e uma taxa de R$ 45 (ou R$ 35, no caso de menores de 12 anos) é cobrada de cada visitante.

É possível ainda tomar um café da manhã de fazenda, com opções de bolos, cafés e iogurtes, pedir uma tábua de degustação de queijos (há diferentes tamanhos, que vão de R$ 65 para seis variedades a R$ 150, na versão mais completa), que acompanha pães, mel e chutney. O almoço tem preço fixo (R$ 85), incluindo entrada e sobremesa. A pedida são as massas da casa, saborosas e bem servidas. A loja vende pães e bolos, todos feitos na fazenda, além dos queijos. O empório conta ainda com alguns produtos da região, como mel, geleias e até vinhos e cachaças.

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Os queijos são maturados em uma antiga Tulha usada para o armazenamento do café -
Os queijos são maturados em uma antiga Tulha usada para o armazenamento do café – (André Sollitto/VEJA)

Quem preferir esticar o passeio e passar um final de semana na região vai encontrar boas opções de hospedagem a preços razoáveis. Praticamente em frente à fazenda fica a Vinícola Terrassos, que produz uma grande variedade de vinhos de inverno e tem um restaurante italiano. Amparo é conhecido por seu festival de inverno, e é uma da seis Estâncias Hidrominerais do Circuito das Águas Paulista, e conta com alguns prédios históricos construídos no século 19, como o Solar do Barão de Campinas e Museu Histórico e Pedagógico Bernardino de Campos.

Trata-se, enfim, de começar a entender o movimento paulista como um passo decisivo para instalar o Brasil – e viva Minas Gerais! – como polo prestigiado de queijos. Não é como na França, claro, mas convém sempre relembrar a célebre máxima do ex-presidente Charles de Gaulle: “Como governar um país que tem 246 variedades de queijo?”

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