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Pé na estrada

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Viagens de carro para quem ama o caminho tanto quanto o destino

Retorno do GTS: aceleramos o SUV que resgata icônica sigla dos anos 1980

A bordo do novo Nivus GTS, primeiro SUV de pegada esportiva da Volkswagen, encaramos a neblina da serra e fomos até a esotérica Paranapiacaba

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 ago 2025, 16h53 - Publicado em 7 ago 2025, 16h49

A neblina chega sem aviso e desce sobre a estrada. Os farois buscam o caminho à frente, tentando iluminar a via e abrindo espaço em meio à cerração. Reduzindo a velocidade, continuamos rumo a Paranapiacaba. Não é à toa que a região tem tanta fama entre os esotéricos. As explicações científicas para o fenômeno ficam de lado e a sensação é a de que estamos avançando em um território místico. Como surgiu, a neblina se dissipa de repente e o céu volta a abrir. Pisamos no acelerador e o Nivus GTS ganha velocidade novamente.

A sigla GTS tem um apelo enorme entre os fãs de carros esportivos. Nos anos 1980, foi usada para os modelos mais invocados da Volkswagen, como o Gol e do Passat. Ficou um bom tempo sem ser usada pela montadora alemã. Mas foi recuperada para dois lançamentos recentes. Primeiro, no Polo GTS, que saiu de linha em março deste ano como o último “hot hatch” ainda à venda no mercado nacional. E, agora, equipa a versão topo de linha do Nivus, marcando também a primeira vez que a sigla, que significa Gran Turismo Sport, seja usada em um SUV. Mas como se comporta o utilitário compacto que carrega um legado tão importante?

Arquitetura da vila de Paranapiacaba tem influência inglesa
Arquitetura da vila de Paranapiacaba tem influência inglesa (André Sollitto/VEJA)

Visualmente, o Nivus GTS tem indicativos que o diferenciam das outras versões. Além das letras na traseira, ganhou um aerofólio e detalhes em vermelho. Na cabine, costuras vermelhas aparentes, banco diferenciado e outros detalhes exclusivos da versão “esportivada”, mas o freio de estacionamento continua com alavanca. Sob o capô, o motor 250 TSI 1.4 de 150 cavalos é mais potente que o das demais (na versão Highline, inferior a essa, é equipado com o motor 200 TSI de 128 cv). A suspensão ganhou nova calibração, mais firme, assim como o câmbio automático de seis velocidades.

Durante uma semana, usamos o novo Nivus GTS como um carro convencional, para todos os deslocamentos cotidianos. E ele desempenha essas atividades normais com as mesmas vantagens – e limitações – das outras versões. O SUV é bonito e chamativo nas ruas, tem ótimo porta-malas (de 415 litros), suficiente para levar bastante coisa. Mas o espaço na segunda fila é bem apertado para ocupantes com mais de 1,75 m (por conta de seu entre-eixos de 2,56 metros). A central multimídia VW Play Connect de 10,1 polegadas é muito boa, com resposta rápida e que permite a instalação de aplicativos, como Waze e Spotify, diretamente no sistema, sem a necessidade de usar um smartphone.

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Nivus GTS é a versão topo de linha do SUV compacto
Nivus GTS é a versão topo de linha do SUV compacto (André Sollitto/VEJA)

Mas para além do uso cotidiano, um modelo como esse é pensado para quem gosta de dirigir, de encarar distâncias um pouco maiores e acelerar. Por isso, no final de semana levamos o carro para a estrada. Nosso destino era Paranapiacaba, a histórica vila que abrigou os funcionários da São Paulo Railway, companhia inglesa que operava os trens na região. Localizada no município de Santo André, é um passeio divertido. Por preservar boa parte da arquitetura original, é um patrimônio cultural a céu aberto que rende belas fotos.

A vila fica a cerca de 70 quilômetros de São Paulo. É preciso pegar um trecho da Rodovia dos Imigrantes, da Anchieta e da Rodovia Caminho do Mar, uma das mais bacanas da Grande SP. No fim, para entrar na vila propriamente dita, é preciso ainda passar por um trecho de terra. É um trajeto com muitas retas, que permitem uma velocidade um pouco maior, e algumas curvas. Há quem diga que o Nivus GTS não é um esportivo de verdade. Mas é inegável que seu comportamento dinâmico foi melhorado sensivelmente. A suspensão está mais firme e o controle de tração e estabilidade age de forma gradual, fazendo as correções necessárias sem acabar com a empolgação. Para quem tem menos familiaridade com carros com essa proposta, o Nivus oferece mais segurança e é menos arisco.

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Chegando em Paranapiacaba, damos uma folga para o carro e percorremos a pé as antigas casas. A arquitetura de inspiração inglesa é um charme, apesar da falta de cuidado na preservação de muitas delas. Um dos chamarizes da região, além da trilha do trem, é o antigo relógio, ainda funcional. Ele fica bem no meio do pátio e é constantemente coberto pela neblina da região. Há boas opções de almoço, como o café Infinito Olhar, que serve tortas, massas e quiches artesanais, e o restaurante Bastiana, focado em opções veganas. Vale a pena ficar de olho também na programação cultural. Além do festival de inverno, que acabou de acontecer, a região recebe a Convenção de Bruxas e Magos do Brasil, o maior evento do tipo da América Latina. No próximo final de semana, entre os dias 16 e 17 de agosto, a vila vai sediar a Steamcon, evento focado nos fãs de steampunk, a vertente retrofuturista da ficção científica. Há sempre algo a fazer.

Na viagem de volta, o tempo a mais na estrada mostra que o Nivus GTS é mesmo um carro divertido de guiar. A engenharia da Volkswagen acertou na maneira como calibrou a direção e a suspensão. Embora a aceleração de 0 a 100 km/h não seja tão impressionante (8,4 segundos com etanol, 8,7 segundos com gasolina), as retomadas são boas. Um dos principais problemas é a sonoridade do motor. Na cabine, alto-falantes simulam o ronco esportivo para induzir a empolgação no motorista. O resultado, no entanto, não é tão interessante. Por levar uma sigla tão carregada de significado para o público brasileiro, há quem esperasse mais do modelo. Mas ao volante ele mostra um comportamento dinâmico bem acertado.

A torre do relógio de Paranapiacaba: erguida em 1898, abriga o relógio da marca Johnny Walker e foi restaurada em 2018
A torre do relógio de Paranapiacaba: erguida em 1898, abriga o relógio da marca Johnny Walker e foi restaurada em 2018 (André Sollitto/VEJA)
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Houve um tempo em que era possível encontrar versões esportivas (ou “esportivadas”) de carros “convencionais” por preços mais módicos. Era o caso do Renault Sandero RS ou mesmo do Up TSI, da Volkswagen. Hoje, ambos são bastante valorizados no mercado de usados. Mas esse tempo passou. E agora é preciso gastar bastante por esses modelos invocados. O Nivus GTS custa R$ 179.990, mas o valor final, dependendo da cor e das rodas de liga leve de 18”exclusivas do modelo, vendidas como opcionais, sobe para R$ 183.850. 

Nessa faixa de mercado, há apenas dois concorrentes: as versões Abarth do Fastback (visto como rival direto) e do Pulse, ambos da Fiat. O Fastback começa em R$ 177.990, mas encosta nos R$ 180 mil na cor cinza, a mais cara. O Pulse começa em R$ 157.990, mas passa de R$ 160 mil na mesma cor cinza e com carregador de indução. Além disso, tem teto solar panorâmico, que falta no Nivus. Nas acelerações, ambos são mais rápidos que o Volkswagen, mas o Nivus tem freio a disco nas quatro rodas e freia melhor. Nessa briga, o SUV da marca alemã tem bons predicados para encontrar seu público.

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