Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Mês dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana
Imagem Blog

Planeta IA

Por Alvaro Leme Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Inteligência artificial, tecnologia e o que tudo isso muda na sua vida

Bebês de IA viram nova trend das redes sociais

Em um ano marcado por obsessões bizarras, nenês falando piadinhas bobas entram na linha de sucessão da Marisa Maiô e das criancinhas reborn

Por Alvaro Leme 6 ago 2025, 11h08

Tem dias que preencho a coluna com pesquisas, levantamentos, entrevistas. E tem dias, como hoje, em que eu trago o Baby Bebetinho, perfil de Instagram com vídeos de IA que em coisa de quatro dias arrebanhou mais de 100 mil seguidores.

Trata-se de um perfil com vídeos feitos no Veo3, do Google, em que um bebê relata peripécias como “vou esperar minha mãe me trocar para sujar a fralda toda de novo” ou piadinhas como “quem dá trabalho para o papai sou eu, quem dá trabalho para a mamãe somos eu e o papai.”

E as pessoas adoram, revezando-se entre comentar (99% das vezes em tom de zoeira) que é espantoso ver uma criança tão pequena falar tão bem, toneladas de emojis com corações e o “tá amarrado” tipicamente inserido em conversas para espantar o coisa ruim. Embedei vídeos dele aqui no texto, caso você queira ver com os próprios olhos.

Daí, você vai me perguntar o que é que isso muda na sua vida. Olha, eu também pensei nisso, viu?

E decidi falar do Baby Bebetinho, apesar de os números dele ainda não serem gigantes quando comparados ao bolo colossal que é a internet, porque ele me deixou curioso pra procurar mais bebês bizarros (desculpa, Bebetinho) em outro termômetro de manias inusitadas da internet, o TikTok.

Continua após a publicidade

Foi tipo abrir a caixa da Pandora. Ou, sei lá, Baby Pandora, para a gente continuar no tema.

Aparentemente bebês de IA são a nova Marisa Maiô, que por sua vez havia tomado o lugar dos bebês reborn na lista de figuras esquisitas deste ano marcado por obsessões bizarras.

Assim como no caso da Marisa, existe um componente de estranhamento que deixa o usuário curioso. Em geral, os bebês que a gente se acostumou a ver apenas emitindo sons fofinhos aparecem dizendo coisas entre o engraçadinho e o impróprio para menores.

E, apesar de eu ter mencionado os bebês reborn, cabe deixar claro que o Baby Bebetinho e seus coleguinhas de creche virtual são OUTRO tipo de esquisitice do berçário. Existem apenas na internet, sem a materialidade do plástico e da borracha.

Continua após a publicidade

Mas essas duas recriações dos bebês também se conectam na medida em que falam da fixação contemporânea com crianças, que foi tema de outro texto aqui da coluna, sobre a epidemia de infantilização voluntária. Nele, falei de como a gente busca um retorno à segurança associada ao passado como uma resposta à impossível tarefa de dar conta da vida adulta do século XXI.

E, se você me permite linkedinizar um tantinho a conversa, dá para pinçar algumas lições da trend dos bebês de IA.

A primeira é que a economia da atenção, que sempre privilegiou o que é fora do padrão, se acentuou ainda mais quando a IA tornou possível criar quase qualquer coisa que se imaginar.

Continua após a publicidade

A segunda é que vai ser interessante ver até onde vamos engajar com isso, uma vez que as novidades hoje em dia cansam cada vez mais depressa. Aliás, leia a entrevista sobre Fadiga de IA que fiz com a especialista em cultura de internet Bia Granja.

Por fim, que a nossa relação com humanos que não são realmente humanos vem sendo profundamente transformada pelo conteúdo de IA. É algo que já estava em andamento, como mostravam personagens como Lu do Magalu (aliás, tema da minha pesquisa de mestrado), e que se acentuou com proliferação desses “serumaninhos”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês
Apenas 9,90/mês*
OFERTA MÊS DOS PAIS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.