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Por Trás dos Números

Por Renato Meirelles Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

A urgência de falar sobre HPV e câncer de colo do útero

Desinformação ainda expõe milhões de brasileiras: 19 mortes por dia poderiam ser evitadas com vacina, exames regulares e informação acessível

Por Renato Meirelles 1 set 2025, 18h00

Poucas doenças simbolizam tão bem a distância entre informação disponível e informação assimilada como o câncer de colo do útero. Em pleno 2025, seis em cada dez brasileiras não sabem que o HPV é o principal agente causador desse tipo de câncer, responsável por 99% dos casos da doença segundo o INCA. Trata-se de um dado alarmante. Estamos diante de um tumor que mata 19 mulheres por dia no Brasil e que, diferentemente de outras enfermidades, pode ser amplamente prevenido com vacinação, exames regulares e tratamento precoce. 

A pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), mostrou uma realidade dura: 82% das mulheres desconhecem ao menos uma informação essencial sobre HPV e câncer de colo do útero, e três em cada dez não sabem sequer a função do Papanicolau. Mais grave ainda é que 42% das brasileiras de 18 a 45 anos afirmam não ter se vacinado ou não se lembram de ter tomado a vacina contra HPV, a ferramenta mais eficaz para frear o avanço dessa doença. 

Por trás desses números estão barreiras práticas e simbólicas. Muitas mulheres acreditam que a vacina não é indicada para sua idade ou que só é necessária para quem tem múltiplos parceiros sexuais. Outras alegam falta de tempo, dificuldade de acesso ou até medo de efeitos colaterais. São percepções equivocadas que custam vidas. Quando bem informadas, no entanto, as mulheres reconhecem a gravidade da doença: 91% consideram importante tomar a vacina e 89% entendem a necessidade de fazer o Papanicolau todos os anos. 

Esse contraste entre desconhecimento e adesão quando a informação chega corretamente mostra o poder e a responsabilidade da comunicação. Não basta disponibilizar dados científicos. É preciso traduzi-los para a linguagem da população, enfrentar fake news de frente e criar políticas públicas que ampliem campanhas de vacinação e rastreio. Informação salva vidas, mas só quando chega a quem precisa dela. 

O câncer de colo do útero é o segundo que mais mata mulheres até os 60 anos no Brasil e o primeiro até os 35. É inaceitável que, diante desse cenário, a ignorância e a desinformação continuem sendo obstáculos tão grandes quanto a própria doença. A prevenção está ao alcance, mas exige uma mudança cultural. Exige compreender que o HPV não escolhe idade, classe social ou estilo de vida. Todas as mulheres, e também os homens, estão sujeitos ao vírus, e todos podem se proteger. 

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Precisamos transformar a informação em ação coletiva. Se quisermos mudar a estatística de 17 mil novos diagnósticos previstos para este ano, temos que enfrentar a desinformação, ampliar o acesso às vacinas e garantir a realização de exames periódicos.  

A batalha contra o câncer de colo do útero é, antes de tudo, uma batalha contra a negligência e a indiferença social. O conhecimento está posto. O desafio é fazer com que ele chegue a todas as mulheres, independentemente de idade, renda ou escolaridade.  

Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva

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