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Por Trás dos Números

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Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

O perigo invisível na tela do celular

Pesquisa do Instituto Locomotiva para a Único revela o risco de telas para a segurança digital das famílias brasileiras

Por Renato Meirelles 19 fev 2025, 18h00

Dias atrás, uma amiga me contou que sua filha de 11 anos recebeu uma mensagem no Instagram de um suposto “fã”. O perfil parecia inofensivo: uma foto genérica, mensagens amigáveis, emojis. A menina, como muitas da sua idade, achou legal ter um novo seguidor e aceitou o pedido. Três dias depois, o “fã” pediu seu WhatsApp. Felizmente, a mãe percebeu a movimentação e interveio a tempo.

O caso é um retrato comum de um problema crescente: a exposição excessiva de crianças e adolescentes nas redes sociais e o risco real de crimes cibernéticos. Uma pesquisa recente do Instituto Locomotiva em parceria com a Unico revelou que 75% das crianças e adolescentes brasileiros têm perfis próprios em redes sociais. O dado mais alarmante? Um em cada três desses perfis é totalmente aberto, permitindo que qualquer pessoa tenha acesso a fotos, rotinas e localização.

Vivemos na era da hiperconectividade, onde o arroba se tornou quase um RG digital. Mas, diferentemente de um documento oficial, ele é frequentemente exposto sem restrição. Imagine um estranho pedindo informações pessoais para uma criança na rua. A cena nos chocaria, certo? Pois é exatamente isso que acontece todos os dias no ambiente digital, mas de forma silenciosa e invisível.

A pesquisa também revelou que 61% dos jovens compartilham fotos pessoais e marcam localização nas postagens. Mais alarmante: 33% já postaram imagens usando uniforme escolar ou identificando a escola que frequentam. Esses dados são um prato cheio para golpistas e criminosos. Se um sequestrador quisesse escolher um alvo, ele teria um verdadeiro mapa de rotinas montado pelas próprias famílias nas redes.

Os pais também são parte do problema. Nove em cada dez adultos (92%) compartilham fotos dos filhos e marcam localizações. Sem perceber, muitas vezes expõem rotinas, lugares frequentes e até mesmo a identidade de colegas de escola. O que pode parecer uma simples foto de um passeio no shopping pode se tornar uma pista valiosa para alguém com intenções maliciosas.

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A maioria dos pais acredita estar preparada para garantir a segurança digital da família, mas a realidade é outra: 73% desconhecem ao menos um dos principais riscos de vazamento de dados. E esses riscos vão muito além do ambiente das redes sociais. Clicar em links suspeitos, usar senhas fracas, acessar redes Wi-Fi públicas e baixar aplicativos sem verificação são apenas algumas das atitudes que podem abrir as portas para hackers.

Então, o que fazer? A resposta está na educação digital. Precisamos ensinar crianças e adolescentes a navegarem na internet da mesma forma que ensinamos a olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Perfis devem ser privados. Informar localização e rotinas deve ser evitado. Senhas precisam ser seguras. E, acima de tudo, é preciso estabelecer um diálogo constante sobre os riscos e desafios do mundo digital.

O mundo mudou. A segurança que ensinamos para as gerações anteriores não é suficiente para a realidade dos nativos digitais. A responsabilidade de proteger as novas gerações é nossa. Cabe a pais, educadores e sociedade garantir que a internet seja um espaço de aprendizado e conexão, não um campo minado de riscos invisíveis.

O perigo pode estar apenas a um clique de distância. Mas a segurança também.

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