Parece contraditório, mas o recuo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação à indicação de Guido Mantega à Vale abre uma nova frente para que o governo aumente sua influência dentro do conselho de administração da mineradora. Isso porque a gestão petista trabalhava com a possibilidade de substituir um dos representantes da Previ.
O fundo de previdência do Banco do Brasil tem duas cadeiras no conselho da Vale: as de João Fukunaga e Daniel Stieler. Com a possibilidade de desistência em relação à indicação de Mantega, o governo pode indicar um novo nome que seja de consenso em relação aos acionistas privados, sem perder a cadeira atualmente ocupada por conselheiros da Previ.
Conselheiros já admitem que um novo nome indicado pelo governo em consenso com as principais acionistas — Mitsui, Bradesco e Previ —, que tenha trânsito político com agências reguladoras, órgãos federais e governadores, por exemplo, não seria malquisto. O problema é que o nome de Guido Mantega traz desgaste demais. Uma indicação mais “neutra” e consensuada é vista como uma possibilidade crescente dentro da empresa.