A ‘faxineira fantasma’ de Cláudio Castro em empresa na mira do MP
Empresa de candidata a deputada pelo União Brasil contratou prestadores de serviço — sem a anuência dos funcionários
A campanha do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), contratou funcionários para uma empresa de uma candidata a deputada estadual sem a anuência das pessoas que trabalharam pela reeleição do governador durante o pleito deste ano. Uma prestadora de serviço ouvida pelo Radar Econômico recebeu 50 reais por diária para entregar panfletos do chefe do executivo fluminense — de acordo com o contrato, a campanha pagaria 144 reais aos cabos eleitorais. Ela descobriu, meses depois do pleito, que está contratada pela Cinqloc Empreendimentos como faxineira, com salário de 1675 reais — e nunca viu a cor do dinheiro, tampouco trabalhou para a companhia.
A empresa, alegadamente do ramo de “concessionárias de rodovias, pontes, túneis e serviços relacionados”, tem como sócia Evandreza Henrique da Silva, candidata do União Brasil à assembleia legislativa do estado nas eleições deste ano. Ela não conseguiu se eleger. A companhia tem como atividade secundária a contratação de mão de obra e organização de eventos.
A campanha de Castro destinou 4,9 milhões de reais para a Cinqloc, sitiada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, para que a companhia de Evandreza contratasse 36 mil cabos eleitorais para a campanha. Entre as irregularidades apontadas pelo Ministério Público Eleitoral para rejeitar as contas da campanha, a estrutura da Cinqloc é colocada à prova — dado o “campo de atuação bem amplo” e a documentação expressa pela candidatura foi considerada insuficiente pela autarquia.
Depois da publicação da nota, a assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro encaminhou o seguinte posicionamento ao Radar Econômico, reproduzido na íntegra: “As contas da campanha do governador reeleito Cláudio Castro e do candidato a vice Thiago Pampolha foram aprovadas, por unanimidade, pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). O julgamento foi realizado na tarde desta terça-feira (13/12). Em relação à ressalva que solicita a devolução de R$ 223 mil ao Tesouro da União, a equipe jurídica da coligação Rio Unido e Mais Forte irá recorrer, já que todos os valores questionados pelo TRE-RJ estão regularmente comprovados nos processos de prestação de contas da campanha”.
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