Existe algum risco de o Brasil entrar em recessão, diz Goldman Sachs
VEJA Mercado: Alberto Ramos, diretor de macroeconomia do banco, diz que tarifas podem acentuar desaceleração do PIB e critica 'ativismo fiscal' do governo
VEJA Mercado | 15 de julho de 2025.
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em alta na manhã desta terça-feira, 15. Investidores reagem bem aos número de crescimento econômico da China acima do esperado. O governo americano do presidente Donald Trump fez uma nova ameaça contra o Brasil. Em uma conta oficial da Casa Branca na rede social X, o secretário Darren Beattie escreveu que os supostos ataques à liberdade de expressão e ao comércio americano “são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil”. Ele diz ainda que as declarações de Trump são claras e que os Estados Unidos “estarão observando atentamente”. Trump ameaçou taxar em 100% todas as importações da Rússia caso o país não entre em um acordo com a Ucrânia para um cessar-fogo na guerra entre os países que dura mais de três anos.
No Brasil, o presidente Lula assinou o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade e está preparado para retaliar os EUA caso as tarifas de 50% de fato entrem em vigor a partir de agosto. As taxas devem acentuar a desaceleração no ritmo de crescimento da economia do Brasil e reacender o debate sobre o risco de recessão no país. O dólar disparou e atingiu o seu maior nível em mais de um mês ao fechar o último pregão cotado a 5,58 reais.
O deputado Eduardo Bolsonaro criticou publicamente o governador Tarcísio de Freitas e afirmou que a busca por diálogo feita pelo governador com autoridades americanas “é um desrespeito pessoal”. Eduardo disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo ainda que não busca o convencimento da população, mas, sim, pressionar o ministro Alexandre de Moraes. Está marcada para esta terça-feira a audiência de reconciliação entre o Executivo e o Legislativo sobre a derrubada do IOF promovida pelo Congresso Nacional.
Diego Gimenes entrevista Alberto Ramos, diretor de macroeconomia do banco Goldman Sachs, e Natali Hoff, cientista política e professora de Relações Internacionais. Ramos respondeu sobre o risco de o Brasil entrar em recessão técnica no segundo semestre e sobre a possível saída de capital estrangeiro para a Argentina. “Não é o nosso cenário-base, mas há algum risco de o Brasil entrar em recessão no segundo semestre. O ativismo fiscal e a tendência ruim de mais e mais estímulos à economia afasta um pouco esse risco, mas será um segundo semestre de crescimento muito baixo”, disse. Já Hoff abordou o bate-cabeça entre os líderes da direita brasileira e os frutos políticos que Lula está colhendo da guerra comercial. O VEJA Mercado é transmitido de segunda a sexta, ao vivo no YouTube e nas redes sociais, a partir das 10h.
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