Nem mesmo o resultado excelente da Eldorado aplainou a disputa entre a J&F e a Paper Excellence no conselho da empresa. O grupo deu vazão à aprovação das contas, com aumento de remuneração dos membros dirigentes, a despeito da recomendação de três membros indicados pela Paper Excellence de rejeitar a aprovação das contas do período. Fontes próximas ao conselho afirmam que o movimento faz parte de uma estratégia para tentar atrapalhar a gestão da empresa, com a intenção de que, hipoteticamente conquistem o comando da Eldorado, possam contestar a gestão da J&F no comando da empresa.
De acordo com a ata de uma reunião recente, membros do conselho contrários à aprovação argumentaram que os números apresentavam um resultado “incompleto e inconsistente em relação a um ato irregular praticado pela diretoria, que acumula um histórico de atos em que destinou recursos da companhia para pagamentos sem a devida autorização”.
Os conselheiros João Adalberto Elek Júnior, Mauro Eduardo Guizeloni e Raul Rozenthal Ladeira de Matos argumentam que a consolidação dos resultados da empresa não apresenta informações sobre o fato de que a Companhia foi condenada a pagar 600 milhões de reais em honorários no âmbito da disputa da J&F com a Paper Excellence pelo controle da Eldorado. As contestações vêm desde o início da disputa entre as empresas pelo comando da companhia. De acordo com os conselheiros, as contas não fornecem “um retrato adequado da situação patrimonial da companhia, especialmente quanto aos seus passivos”. A leitura vai de encontro à auditoria realizada pela consultoria KPMG, que aprovou sem ressalvas as contas da companhia, e ao voto dos demais conselheiros.
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