A tresloucada reação bolsonarista a voto do ‘posto Ipiranga’ em Lula
Alguns donos de postos da bandeira passaram a jogar combustível na fogueira para pressionar o grupo
Depois de o presidente do conselho do grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, declarar apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições deste ano, defensores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), começaram uma campanha, em grupos de WhatsApp, de boicote à rede de postos Ipiranga, de propriedade do conglomerado — um dos maiores de capital brasileiro. Em vez de ajudarem a lidar com a repercussão, alguns donos de postos da bandeira, mais fanáticos pelo presidente, passaram a jogar combustível na fogueira, ao pressionar o grupo pela opção de voto de seu executivo.
Wongtschowski foi um dos mais eminentes empresários a apoiar a candidatura de Simone Tebet no primeiro turno, tendo trabalhado ao lado do banqueiro Candido Bracher e de outros grandes nomes do mundo corporativo para viabilizar a terceira via. Em um evento realizado com a candidata e o ex-presidente do Banco Central, Arminio Fraga, na sexta-feira, 21, ele gravou um vídeo de apoio à candidatura do petista contra o ex-capitão no segundo turno, defendendo a democracia.
O executivo já havia apoiada a Carta da Democracia, que reuniu juristas, empresários, investidores e economistas em torno da defesa das instituições democráticas criticadas pelo Poder Executivo. Na última segunda-feira, 24, enquanto a confusão se instalava nos grupos de WhatsApp envolvendo a rede Ipiranga, Bolsonaro esteve em uma loja de conveniência AmPm, do grupo.
Depois da publicação da nota, a Ipiranga encaminhou um posicionamento ao Radar Econômico, reproduzido na integra a seguir: “A Ipiranga reforça que é apartidária e que a marca não se manifesta sobre política em qualquer espectro partidário. A empresa reforça que trabalha pelo desenvolvimento ético e competitivo do mercado brasileiro de distribuição de combustíveis”.
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