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Radar Econômico

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A um ano da eleição, o que presidenciáveis pensam sobre o teto de gastos?

Bolsonaro, Ciro, Doria, Leite e Lula têm visões distintas sobre o tema; governo atual tenta parcelar precatórios e jogar conta para futuros governos

Por Diego Gimenes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 out 2021, 18h05 - Publicado em 2 out 2021, 10h00
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  • O famigerado teto de gastos, que tanto estressa o mercado financeiro, volta e meia retorna à pauta com o temor de que o governo Bolsonaro mande derrubar o dispositivo. O ministro Paulo Guedes já avisou que a fatura integral dos 89 bilhões de reais em precatórios prevista para 2022 inviabilizaria o orçamento e, para ter um Bolsa Família reajustado, seria necessário furar o teto. Bolsonaro e sua equipe, que buscarão a reeleição, tentam criar mecanismos para parcelar esse pagamento, jogar a conta para os próximos governos e, assim, conseguir aumentar as parcelas do Bolsa Família dentro do teto. Os possíveis concorrentes do presidente nas eleições de 2022, que acontecem daqui exatamente um ano, já discutem o que vão fazer com o dispositivo criado durante o governo de Michel Temer em 2016 e que tem validade por 20 anos.

    Lula e Ciro Gomes já sinalizaram ser contrários ao atual modelo. Em seu Twitter, o petista disparou contra os banqueiros e o sistema financeiro, e garantiu que vai revogar o dispositivo. “Quando você dá 1 bilhão para o rico é investimento, e quando você dá 300 reais para o pobre é gasto?! Nós vamos revogar esse teto de gastos”, disse. Já para Nelson Marconi, economista mais próximo a Ciro, o teto precisa ser flexibilizado. “Da forma como o teto está colocado, é inviável para o país voltar a crescer. É muito rígido e está criando problemas para a implementação de políticas sociais e de infraestrutura. O investimento público, fundamental para a retomada, deve ser excluído do mesmo, e o mecanismo de correção de despesas deve levar em consideração o crescimento per capita da economia”, afirmou o economista para o Radar Econômico.

    Doria e Leite têm mais simpatia pelo atual teto de gastos. O governador de São Paulo afirma que o dispositivo será cumprido à risca caso ele seja eleito. “Eu sou contrário a qualquer manobra para contornar o teto de gastos. Acho que ele existe para ser cumprido. Foi o teto de gastos que permitiu ao Brasil sair da crise de 2015-2016, recuperar a credibilidade e voltar a crescer. O teto impede o descontrole do gasto público, que leva a inflação e ao desemprego”, disse João Doria à coluna. Eduardo Leite, que disputa as prévias do PSDB com Doria, também acena para a manutenção do teto. “Pelo histórico do Brasil, é preciso ter uma regra que transmita sustentabilidade fiscal para o mercado. Temos consciência da dificuldade em preservá-lo, mas a ideia é manter o teto e priorizar reformas tributária e administrativa mais amplas para criar um novo modelo de administração do setor público”, revelou.

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