Ajuste fiscal que mude o quadro do país não parece provável, diz Meirelles
Ex-ministro da Fazenda elenca controle severo das contas públicas como a saída racional para reduzir juros e preços

O pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda, no último mês de novembro, ficou bastante aquém do desejado pelo mercado financeiro e por uma série de economistas de renome. Passado esse episódio, alguns dos principais observadores da economia nacional, como o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, não vislumbram a necessária guinada em direção à austeridade. “Para mudar o quadro do país, para baixar a taxa de juros e (também) a inflação, é necessário um plano de controle fiscal bastante severo, bastante forte, o que não parece provável”, diz ao Radar Econômico. O ex-ministro também frisa que a inflação alta também tem efeitos políticos, algo bastante presente no contexto dos Estados Unidos, mas que não se descarta no Brasil. “Uma das causas importantes da derrota da Kamala Harris foi exatamente a percepção da população sobre uma inflação elevada”.