Era para ser votada nesta quinta-feira, 22, mas os senadores se recusaram a apreciar matérias legislativas fora dos dias padrões de “expediente” — terças e quartas-feiras. Assim, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), precisou adiar a votação da autonomia do Banco Central para 3 de novembro. Paulo Guedes, ministro da Economia, não gostou nada da mudança. Mas recebeu de Alcolumbre a garantia de que o tema será votado antes das eleições municipais.
O tema é de especial interesse de Guedes. O ministro acredita que isso dará credibilidade e blindará a autoridade monetária de rompantes populistas dos eventuais presidentes — como aconteceu em 2011, quando o governo Dilma interferiu na condução da política monetária do BC sob o comando de Alexandre Tombini. Guedes sempre utiliza como parâmetro o Federal Reserve, que vive às turras com o presidente americano Donald Trump. O presidente do FED, Jerome Powell, não precisou se curvar em nenhum momento a Trump porque possui um mandato próprio, descasado com o mandato presidencial. O FED é independente desde sua criação, em 1913.
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