Com o crescente acirramento da corrida presidencial desde o primeiro turno das eleições, há quase três semanas, a pressão tem subido para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de colecionar apoios de economistas liberais icônicos, como Henrique Meirelles, André Lara Resende, Arminio Fraga, Persio Arida, Pedro Malan e Edmar Bacha, Lula é pressionado a avançar na discussão de seu projeto econômico e firmar compromissos mais concretos com o centro político, a fim de atrair eleitores que resistem à esquerda.
Aliados de Lula mostraram certo desdém com as pressões do mercado e de liberais. “Lula já fez tudo que poderia ser feito quanto a isso, agora resta trabalhar na mobilização da campanha”, disse um membro da campanha. Há a avaliação de que detalhar programas para a economia ou apontar nomes para ministérios não teria um efeito significativo nas intenções de voto do ex-presidente. Nesta semana, o Radar Econômico relatou inclusive a estratégia eleitoral acerca do suspense para a indicação de um ministro da Fazenda.
Os membros da campanha complementam o raciocínio de suposto esgotamento de possibilidades de acenos. Para eles, o fato de Lula contar com o apoio da nata do liberalismo brasileiro, além de nomes relevantes de fora da esquerda, como Simone Tebet (MDB) e, mais recentemente, João Amoedo (Novo), seria uma espécie de prova de que liberais compromissados com a democracia não precisariam estar inteirados do futuro projeto de Lula para apoiá-lo contra Bolsonaro. Agora, a estratégia se resumiria apenas a aprimorar a comunicação e a mobilização da campanha em meio à redução da vantagem do petista.
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