A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) surpreendeu a todos ao anunciar um corte de 1,16 milhão de barris diários na produção global de petróleo. A redução deve ser observada, sobretudo, nos países árabes. A medida é vista como uma tentativa da entidade de elevar os preços, que estavam nos patamares mais baixos desde o início da guerra na Ucrânia. A notícia é positiva para as petroleiras, que devem observar seus rendimentos crescerem, mas é preocupante para o mercado. Por volta das 13 horas, o petróleo tipo brent disparava 6%, cotado a 85 dólares o barril. Além do pesado efeito sobre os preços da gasolina e do diesel, a alta do petróleo deve provocar novas altas de juros nos Estados Unidos, contrariando a expectativa de encerramento do ciclo de aperto monetário no país.
Em outras palavras, a valorização do petróleo deve provocar um aumento na inflação mundo afora. Mais inflação significa que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, deve subir os juros para conter a alta de preços. “Tal alta representa um risco para o combate à inflação, não apenas no Brasil mas também no mundo”, escrevem os analistas da Genial Investimentos em material enviado a clientes. O termômetro em tempo real FedWatch teve uma reviravolta significativa. Até a última sexta-feira, 1°, a probabilidade de o Fed não subir mais os juros era de 80%. Nesta segunda-feira, 3, essa probabilidade caiu para 40%. Cerca de 60% dos investidores esperam, agora, uma elevação de 0,25 ponto porcentual nas taxas.
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