Como Trump atrasa a agenda de transição energética, segundo governadores
Brasil deve manter sua agenda de energia limpa em curso, segundo os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel
A posse de Donald Trump não deve desviar o Brasil do protagonismo nas iniciativas e resultados da transição energética. Apesar de o presidente dos EUA, que são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, ter indicado que sua gestão vai priorizar o uso de combustíveis fósseis para baratear o custo de energia para a população e ter anunciado a retirada do país do Acordo de Paris, o Brasil deve manter sua agenda de energia limpa em curso. Essa é a opinião dos governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.
Durante a participação no Brazil Economic Forum Zurich 2025, Rocha destacou que o investimento na questão da industrialização dos Estados Unidos e a adoção de mais combustíveis fósseis pela nação mais poderosa do mundo, vai aumentar a cobrança dos ambientalistas em relação ao Brasil.
“A gente tem que tomar muito cuidado, realmente, participar de debates em âmbito internacional”, disse o governador do DF. Na opinião de Rocha, a COP 30, marcada para ocorrem em novembro em Belém (PA) será um momento importante para o Brasil dar as respostas pelas quais a sociedade clama. Na prática, a agenda de energia limpa e sustentabilidade deve ser liderada regionalmente. “A responsabilidade maior é dos governos locais no encaminhamento da manutenção dessa agenda de sustentabilidade e transição enérgica. Vamos ter mais cuidado”, disse.
O governador Eduardo Riedel do Mato Grosso do Sul disse que a mudança de agenda nos Estados Unidos não deve desviar o Brasil da sua missão. “A gente não deve se sentir inibido com uma mudança de agenda retornando aos combustíveis fósseis de maneira mais vigorosa. São trilhões de dólares colocados na mesa para eles e para nós. Nós temos nos trilhões de dólares na transição energética, devemos liderar esse processo de maneira muito ativa porque esse é o ativo brasileiro: segurança alimentar e energia limpa”, disse o governador do MS.
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