Bolsonaro arrisca esvaziar microcrédito no Nordeste em pleno ano eleitoral
Banco do Nordeste não conseguiu fechar licitação para um novo operador do Crediamigo
Depois de demitir a direção do Banco do Nordeste e exigir que a instituição encerrasse o contrato com a organização não governamental que desde 2003 tocava o maior programa de microcrédito da América do Sul, o governo Jair Bolsonaro corre o risco de esvaziar o programa em pleno ano eleitoral. Em comunicado oficial, o BNB informou nesta terça-feira, 14, que a licitação para encontrar operadores do Crediamigo não conseguiu habilitar nenhum dos interessados e que vai partir para um modelo de gestão a ser realizado pelo próprio banco, a partir de janeiro, quando encerra o contrato do Inec. O Inec atuava em 11 estados, tinha quase 8 mil colaboradores, mais de 3 milhões de clientes e cerca de 500 unidades de atendimento. O BNB terá que suprir toda essa estrutura, mas não informou exatamente como fará isso.
O problema com o BNB, que tinha sua diretoria indicada pelo PL, começou depois que Bolsonaro implicou com o Inec dizendo que era uma organização que trabalhava como cabo eleitoral de Lula. O dono do PL, Valdemar Costa Neto, foi então para as redes sociais dizer que Bolsonaro devia demitir o então presidente do banco. Isso foi feito. E algumas semanas depois, inclusive, Bolsonaro se filiou ao PL.