Em uma longa reunião realizada nesta terça-feira, 22, o ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu convencer o presidente Jair Bolsonaro de que a criação de um imposto digital, uma espécie de nova CPMF, será uma melhor saída para a reforma tributária. Ele apresentou as contas para o presidente e mostrou que sem ela, teria de haver outras manobras para desonerar a folha de pagamentos, como a taxação de dividendos. A CPMF também subsidia desoneração de setores produtivos e as igrejas. Bolsonaro topou.
Agora falta convencer o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um grande opositor do imposto. No Congresso, fala-se da transformação da nova CPMF em um imposto sobre o e-commerce, mas nada além disso. Assessores palacianos acreditam que poderão utilizar o tempo que Maia tem como presidente da Câmara para pressioná-lo a aceitar o imposto. Maia gostaria de ser o responsável por aprovar a reforma tributária, junto da PEC do Pacto Federativo, antes de deixar o cargo, no fim do ano.
O cronograma seria apertado, contudo. A aprovação teria que acontecer entre as eleições municipais — que terminam 29 de novembro — e o recesso legislativo, na segunda quinzena de dezembro.
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