Integrantes da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República expressaram discordância em relação a falas de Guilherme Boulos (PSOL), deputado eleito mais votado de São Paulo, sobre o estado da ampla coligação em favor do ex-presidente. Em entrevista ao programa Roda Viva na última segunda-feira, 3, Boulos afirmou que a presença de Geraldo Alckmin (PSB) na chapa presidencial não teria impacto na agenda econômica do governo se vitoriosa. “Alckmin foi posto como expressão de uma frente democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento, as ideias liberais do Alckmin foram incorporadas ao programa de governo”, disse. Entretanto, membros da campanha reiteraram que Alckmin é cotado para comandar o Ministério da Fazenda num eventual governo de Lula, o que o tornaria o mais representativo integrante do governo quando o assunto é economia.
Outras falas de Boulos sobre o arco de alianças composto por Lula e sua relevância econômica foram mal recebidas por integrantes da campanha ouvidos pela coluna. Ao ser questionado sobre a possibilidade de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central nos governos de Lula, comandar a Fazenda, Boulos afirmou que “as posições econômicas que Meirelles defende são contrárias às posições que estão no plano de governo” e, portanto, não consideraria coerente ter Meirelles responsável pela economia. Integrantes da campanha disseram não haver interesse de comentar publicamente as falas de Boulos, pois estariam, por óbvio, equivocadas, uma vez que Lula teria deixado claro o caráter conciliatório das alianças. Além disso, avalia-se que não valeria a pena criar esse tipo de atrito dentro da coligação.
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