Carbono Oculto: investidores podem ter saques retidos em fundos do PCC
Tudo junto e misturado

Cerca de 40 fundos de investimentos utilizados pelo crime organizado e identificado na Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira, 28, pela Polícia Federal terão seus patrimônios congelados no curso da investigação. Há fundos utilizados exclusivamente pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e fundos misturados com investimentos de correntistas. “Infelizmente, quando o crime organizado penetra na economia formal há um pouco de tudo. Há fundos que misturam correntistas que não tem nada a ver com o crime e fundos exclusivos para o crime. Estão misturados, o que dificulta muito o que é lícito e ilícito”, diz Márcia Cecília Meng, superintendente da 8ª Região Fiscal. “A gente tem o cuidado de tentar fazer essa segregação do dinheiro que será congelado. Mas isso não vai blindar todas as pessoas de eventualmente ter seu dinheiro bloqueado caso esteja em um desses fundos. Esse é o risco maior. A infiltração é bastante grande”.
A promotoria não descarta a atuação conjunta de gestores com o crime organizado. “Não se trata de uma simples prestação de serviço. Há sobreposição e uma atuação integrada”, diz Yuri Fisberg, promotor do GAECO.
A operação investiga um bilionário esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) que envolveria empresas de pagamento, corretoras e fundos de investimento. A Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país e listada na B3, está entre as suspeitas de participar do esquema. A gestora ainda não se manifestou sobre a operação. O Banco Genial, a Trustee DTVM e o Banvox também estão entre os alvos.
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