A taxação imposta pelo presidente dos Estados Unidos Donaldo Trump impacta diretamente a operação da Embraer, principalmente no mercado de aviação executiva. Modelos como o Praetor, fabricados no Brasil, são diretamente afetados, enquanto os Phenom, montados na Flórida — e mais populares –, podem ser parcialmente impactados por utilizarem conteúdo nacional.

Segundo estimativas da XP, as tarifas podem gerar efeitos relevantes nos resultados da companhia, com impacto direto sobre as margens e potencial recuo na demanda. Uma tarifa de 10 pontos percentuais sobre produtos brasileiros pode representar um impacto de 95 milhões de dólares no resultado de 2026. Isso significa que, em caso de tarifa cheia de 50%, o efeito pode chegar a aproximadamente 475 milhões de dólares— uma redução de 55% a 60% nas projeções operacionais da Embraer para o período. “Ainda que parte da produção esteja localizada nos EUA, os riscos não se restringem ao repasse de custos — envolvem também decisões estratégicas de clientes diante de um ambiente mais incerto. A reação do mercado reflete essa mudança de percepção, com o papel entre os que mais sofreram no pregão seguinte à notícia”, diz Heitor Maximiano, executivo de renda variável da InvestSmart XP.

Em nota, a Embraer diz que está avaliando os possíveis impactos em seus negócios. “A empresa está trabalhando com as autoridades competentes visando restabelecer a alíquota zero dos impostos de importação para o setor aeronáutico”, afirmou a companhia.

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