Primeira montadora do Brasil a implementar a tecnologia 5G para o processo de produção de carros, a Stellantis já vê um incremento de produtividade de até 7% em sua fábrica de Goiana, no Pernambuco. A dona de marcas como Fiat, Jeep, Citroën e Peugeot tem usado a nova tecnologia em diversas etapas da produção de carros SUVs da Jeep e da picape Toro, da Fiat. Segundo Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, a ideia é escalar os benefícios da nova geração móvel para os consumidores no futuro.
“A primeira aplicação do 5G não será nos carros, é na fábrica, porque o 5G tem uma característica própria que é a baixíssima latência. Isso significa que a comunicação de dados entre máquinas é infinitamente mais rápida se comparada às tecnologias anteriores. Para os processos industriais, isso é bom, porque nós temos um número elevadíssimo de equipamentos e máquinas que podem usar essas tecnologias e se comunicar umas com as outras. Isso proporciona um incremento importante de produtividade, de 5% a 7%”, afirma Filosa.
Ele cita, como exemplo, a eficiência que a conectividade traz para a manutenção na indústria. “Antigamente, quando um robô quebrava, o processo de manutenção demorava mais de 20 minutos para ser iniciado, podendo durar, nos casos mais simples, de duas a três horas. Agora, com a possibilidade de ter as máquinas conectadas com a rede local de 5G, esse tempo cai de três horas para cerca de sete minutos, o que significa um ganho de produtividade gigantesco”, exemplifica. “A próxima etapa é levar isso para os carros. Com os automóveis ganhando em latência, as pessoas poderão se comunicar de forma mais eficaz com o banco, a casa e até com o McDonald’s, como nós oferecemos no nosso aplicativo, o Cart. O 5G vai escalar essa experiência de forma infinita.” Após a fábrica de Goiana, a nova tecnologia deverá ser implementada em unidades do grupo em Betim (MG), Rio de Janeiro e na Argentina.