Investigação dos EUA não coloca Pix em risco, diz ex-VP do Banco Mundial
VEJA Mercado debate às 10h os setores já prejudicados no país, a investigação aberta por Trump após defender Bolsonaro e a estratégia do Brasil para reagir
VEJA Mercado | 16 de julho de 2025.
O presidente americano Donald Trump voltou a fazer críticas contra o Brasil na última terça-feira. Em conversa com jornalistas, o presidente disse que não é amigo de Jair Bolsonaro, mas que “ele não é um homem desonesto” e que “uma caça às bruxas não deveria estar acontecendo”. O governo americano abriu uma investigação comercial contra o Brasil a pedido de Donald Trump. A investigação deve se concentrar nos supostos ataques do Brasil contra empresas americanas de mídia social e outras práticas comerciais desleais que prejudicariam empresas americanas. “Queremos tarifas e queremos o dinheiro entrando nos EUA”, disse Trump.
O vice-presidente da República Geraldo Alckmin afirmou que não vai pedir o adiamento do início das tarifas de 50%, mas que deseja chegar a uma solução definitiva sobre o caso o mais rápido possível. O Itamaraty reagiu em carta aos novos ataques de Trump e afirmou deplorar e rechaçar as manifestações americanas. O órgão diz que os ataques caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro.
Empresários americanos tomaram lado por meio da Câmara de Comércio dos EUA e pediram a suspensão das tarifas contra o Brasil. Eles afirmam em nota que 6.500 empresas americanas dependem de produtos importados do Brasil e que as tarifas impactam produtos essenciais para as cadeias de suprimentos e os consumidores dos EUA. Os frigoríficos começaram a suspender as exportações de carne aos Estados Unidos e a reduzirem a produção em fábricas no Brasil.
Em entrevista ao repórter Diego Gimenes, o ex-vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse que a investigação comercial ao Brasil — que mira o Pix — não deve colocar o funcionamento da ferramenta em risco. “Tudo é justificativa para tarifas, mas não atrapalha o funcionamento como está”, disse.
Além de Canuto, o VEJA Mercado também recebeu Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que afirmou que os frigoríficos brasileiros já não estão mais produzindo carne para ser exportada aos EUA e aguardam desdobramentos das negociações para que tenham segurança para fazer negócios com os americanos.
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