Um ponto significativo de divergência entre a maneira de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de governar, a relação do Brasil com o resto do mundo foi objeto de entrevista do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, que esteve à frente da pasta ao longo do governo do petista, ao Radar Econômico. De maneira semelhante à política interna e ao cenário econômico, Amorim considera o plano externo atual mais desafiador que durante o governo petista. “Em 2003, eu tinha muito claro o que deveria ser feito na área internacional, hoje o mundo está muito mais complexo. Hoje, é necessário reconstruir a multipolaridade, ante duas potências. Existe uma ameaça cuja consciência sobre ela, hoje, é maior, que é a ameaça das mudanças climáticas”, diz.
Entretanto, algumas iniciativas antigas de Lula permanecem vivas, como a maior integração entre o Brasil e países latino-americanos, segundo o ex-chanceler. Para ele, a integração da região auxiliaria o país a atuar no mundo mais complexo que descreve. Se eleito, diga-se, Lula governaria num momento em que a ampla maioria dos mais importantes países da região tem governos de esquerda, como Chile, Peru, México, Argentina e Colômbia.
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