Os herdeiros da CAOA, do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, estão correndo contra o tempo para tentar fechar um acordo para encerrar a disputa que já dura mais de uma década com o falido Banco Santos. Os herdeiros oferecem 350 milhões de reais para acabar com a disputa, segundo documentos de um processo ao qual o Radar Econômico teve acesso. O administrador judicial, Vânio Aguiar, disse em e-mails enviados a credores que o valor oferecido é baixo e que o aceitável seria 480 milhões de reais, já que a BDO estimou que a dívida da CAOA chega a 854 milhões de reais, em alguns casos já reconhecidas pela Justiça. A CAOA alega que teve contratos com assinaturas fraudadas nas operações com o banco Santos e que já havia encerrado os contratos de financiamento antes mesmo da falência. O problema do Banco Santos é que os contratos de financiamento eram feitos e parte dos recursos destinados a títulos de empresas offshore do banqueiro Edemar Cid Ferreira.
A oferta dos herdeiros está para ser apreciada pelo juiz da falência, mas são os credores que vão decidir se aceitam ou não. Para os herdeiros da CAOA é importante destravar essa disputa para fazer a partilha da herança, segundo disse Vânio Aguiar aos credores. A coluna apurou que outro motivo de pressa dos herdeiros é a possível venda da carteira de crédito do Banco Santos. Eles querem evitar ter que reiniciar negociações com uma terceira parte. Na semana passada, o administrador judicial entregou ao juiz da falência a avaliação em cerca de 2,5 bilhões de reais para a carteira do banco, que vai a leilão.
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