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J&F aposta as fichas na suspeição do árbitro para manter Eldorado

Juíza que suspendeu transferência da empresa para a Paper Excellence ainda vai ouvir os argumentos dos indonésios

Por Josette Goulart Atualizado em 26 mar 2021, 09h53 - Publicado em 25 mar 2021, 16h07
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  • Apesar de ter conseguido uma decisão que suspendeu a transferência da Eldorado Brasil para o grupo indonésio Paper Excellence, a J&F Investimentos ainda precisa convencer a juíza do caso que deve manter a liminar. Isso porque a juíza Renata Maciel disse que ainda vai ouvir os argumentos da Paper para manter ou não sua decisão. A transferencia de 100% da Eldorado estava prevista para começar a partir desta quinta-feira, 26, depois que a J&F perdeu uma arbitragem com os indonésios. Mas a Justiça pode postergar a disputa.

    A J&F está apostando suas fichas no argumento de que um dos árbitros era suspeito para julgar o caso.  Anderson Schreiber não teria informado que teve uma ligação anterior com os advogados da Paper, do escritório Stocches & Forbes. No pedido para anular a arbitragem, a empresa de Joesley Batista apresentou documentos que mostram que Schreiber e Stocches despachavam em escritórios que ficavam nos mesmos endereços, tanto no Rio quanto em São Paulo, entre os anos de 2013 e 2016. E que em 2018, poucos meses antes de começar a arbitragem, assinaram petições em conjunto em acordos judiciais para clientes em comum. 

    O Radar Econômico ouviu dois advogados especializados em arbitragem e que atuam como árbitros em casos diversos. Um deles diz que o argumento é potencialmente bom desde que o vínculo seja suficientemente forte para ou acabar com a imagem de independência do árbitro ou ter gerado um dever de informar. Já o outro advogado acredita que o argumento é fraco porque mesmo que os advogados fossem sócios não haveria o dever de informar, portanto, não haveria suspeição. 

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