Mudança de presidente não deve trazer revolução ao BC, diz Mario Mesquita
Economista diz que Campos Neto sai, mas responsabilidade permanece
Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter adotado uma postura crítica ao trabalho de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, a mudança de comando iminente na autarquia não deve revolucionar a política monetária brasileira. O economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do BC, Mário Mesquita, considera pouco provável a recondução de Campos Neto pelas mãos de Lula, mas o órgão deve seguir combatendo a inflação com seriedade.
“Vamos ter outro presidente do Banco Central provavelmente mais alinhado com o governo, mas que vai continuar levando a sério o compromisso de baixar a inflação. Muda a pessoa, mas acho que não muda muito a política monetária”, disse em evento da Amcham Brasil, nesta segunda-feira, 5. O cenário mais provável para analistas do mercado, em geral, é de que Gabriel Galípolo, ex-número dois da Fazenda e diretor do BC, seja o indicado por Lula a chefiar a autarquia a partir de 2025.
Mesquita também comentou sobre a condução da política fiscal por parte do governo federal, indicando que a tendência de curto prazo ainda é de elevação da dívida brasileira. Para que a dívida seja estabilizada, seria necessário um superávit nas contas, segundo o economista, o que não está no radar do mercado.