Mundo está mais complicado, diz CMO da Thomson Reuters sobre nova marca
Executivo global aponta que investimento em tecnologia demandou um reposicionamento de imagem
Durante a implementação da nova marca da Thomson Reuters, empresa global de conteúdo e tecnologia, o diretor de marketing da companhia, David Carrel, frisa o conceito do qual parte o trabalho de sua equipe: clareza em um mundo complexo — um desafio crescente, segundo ele. “O mundo está ficando mais complicado, especialmente para os nossos clientes e suas vidas profissionais, com mais regulações tributárias, exigências de compliance, internacionalização”, diz o executivo ao Radar Econômico. A atualização da marca, ocorrida em março, visa transmitir a ideia de que, para lidar com a dificuldade crescente, advogados e contadores, entre outros profissionais, podem contar com a tecnologia da empresa. A implementação do rebranding da companhia segue ao longo dos próximos 9 meses.
Carrel lembra que a Thomson Reuters tem investido quantias consideráveis em inteligência artificial (IA) e outras tecnologias, um ponto em que a imagem da companhia precisaria ser alinhada. “Nos tornamos a empresa líder em tecnologia e inteligência artificial voltada à produção e distribuição de conteúdo, mas nossos clientes nem sempre nos veem assim”, diz ao comentar a necessidade de uma nova marca após 16 anos desde a última atualização. Nos últimos anos, a multinacional canadense aportou cerca de 2 bilhões de dólares em empresas dedicadas a IA.
O executivo diz que o Brasil é uma “peça importante” do negócio da Thomson Reuters, o que é corroborado pelo vice-presidente de marketing para a América Latina da companhia, o brasileiro Ralff Tozatti. “Uma parte importante da nossa estratégia passa pelo Brasil, especialmente em crescimento”, diz. Baseado no estado do Texas, nos Estados Unidos, Tozatti ilustra a atuação da empresa no Brasil a partir da complexidade tributária do país. “Nossos estudos mostram que, em média, 40 regulações tributárias mudam no Brasil todos os dias”. O dado causa estranhamento aos colegas americanos de Tozatti, como relata à coluna.
A falta de segurança por parte do empresariado é parcialmente endereçada com ferramentas de inteligência artificial nos processos da Thomson Reuters, que mapeia alterações regulatórias em todos os mais de 5 mil municípios do país. Essa escala é considerada um dos maiores desafios da companhia em solo brasileiro. Na mesma linha, a multinacional atende cerca de 40 mil escritórios de contabilidade no Brasil. Na agenda da companhia está a tarefa de convencer esses e muitos outros sobre como pode simplificar suas vidas com o uso da tecnologia, inclusive inteligência artificial — momento em que entra o rebranding. “Uma marca é algo que você não quer mudar com frequência, tem que ser duradoura. Não imagino que vamos mudar tão cedo”, diz Carrel.