A varejista de cosméticos Natura ainda não avançou no processo de venda ou de cisão da sua marca de luxo Aesop, que tem forte penetração no mercado asiático. Em teleconferência com analistas, a empresa não trouxe novidades sobre o tema e afirmou avaliar as oportunidades. Os estudos foram iniciados em outubro de 2022, e instituições como o Goldman Sachs estimavam uma valorização de até 50% no valor de mercado da Natura depois do desinvestimento. O atraso no processo decepcionou alguns analistas e tem pressionado a empresa na bolsa de valores nesta terça-feira, 14. “Nenhum anúncio quanto a venda da Aesop foi realizado, com a companhia dizendo que continua a analisar alternativas estratégicas para o ativo, o que acreditamos que possa desapontar o mercado”, avaliam os analistas da XP em material enviado a clientes.
A companhia teve prejuízo líquido de 890 milhões de reais no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de 695 milhões no igual período de 2021. O desenho para o ano de 2023 é desafiador em razão dos juros elevados mundo afora que roem o poder de compra das famílias e desestimulam o consumo. “A reviravolta difícil nos deixa mais conservadores, apesar das oportunidades. Vemos dois principais desafios: a alta alavancagem em meio a um cenário de juros altos e problemas na reformulação de suas operações”, analisa o BTG Pactual. Por volta das 14h20, as ações da empresa afundavam cerca de 18%.
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