Nem os dividendos salvaram a Vale. O que acontece com o minério de ferro?
VEJA Mercado: commodity está em queda livre na China e ações de Vale, CSN e Usiminas devem ser pressionadas até a crise passar
A Vale revelou um dividendo pomposo de 8,10 reais por ação e que totaliza 40,2 bilhões de reais a serem distribuídos aos investidores que tiverem posição na companhia na próxima quarta-feira, 22. Porém, nem mesmo essa notícia, que surpreendeu as estimativas dos analistas, foi suficiente para as ações da mineradora subirem no pregão desta sexta-feira, 17. A Vale fechou em queda de 2% e, no acumulado da semana, desabou 9%, um recuo considerado até leve perto do estrago que as outras companhias desse setor tiveram no período.
Os papéis negociaram assim em função da queda livre do minério de ferro. “Tem muito dedo da China. Estão restringindo algumas siderúrgicas com a justificativa de poluição, mas, se pararmos para pensar, esse fechamento acontece porque as montadoras de carros estão paradas. Em outras palavras, faltam insumos, ou seja, elas não estão demandando aço”, diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset. O contrato negociado em Dalian caiu 7% nesta sexta-feira, abaixo da linha de 100 dólares por tonelada. A commodity já perdeu mais de 50% do valor em relação às máximas de maio. “A China está batendo no minério e conseguiu derrubar o preço, mas, quando as montadoras voltarem, ela sobe de novo. Enquanto isso não acontecer, vai existir pressão nessas empresas no Brasil”. Haja dinheiro para distribuir enquanto o humor não melhora.