O efeito reverso da manifestação de caminhoneiros que nada ajuda Bolsonaro
VEJA Mercado: reveses político e econômico pesam contra o atual presidente
Se a intenção de caminhoneiros e manifestantes que bloqueiam rodovias em todo o país é fortalecer a imagem do presidente Jair Bolsonaro depois da derrota no último domingo, 30, o tiro pode sair pela culatra. A leitura de alguns economistas é que tais ações podem, na verdade, gerar um efeito reverso ao pretendido pelos apoiadores do presidente e pesarem contra a imagem política e econômica de Bolsonaro, sobretudo para uma eventual eleição em 2026. “A manifestação de apoio a Bolsonaro deve gerar um efeito popular reverso ao pretendido, visto que a interrupção do fluxo nas rodovias, se duradouro, gera choque inflacionário e arrefecimento da atividade, o que, além de danos à pátria, será colocado na conta do presidente”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
Bolsonaro mantém o silêncio sobre o resultado das eleições passadas 36 horas da confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O não reconhecimento dos resultados serve como combustível para os manifestantes, e tamanho sumiço já gera incômodo no mercado. “Bolsonaro teve quase 60 milhões de votos, o que cacifa o presidente como o principal concorrente do petismo em 2026, com um ótimo recall. Desidratar esse volume de eleitores seria politicamente equivocado, e o silêncio do presidente após a derrota de domingo vem alimentando os movimentos”, conclui Sanchez. Por volta de 9h30, o futuro do Ibovespa anotava leve alta de 0,5%, na esteira das bolsas europeias e asiáticas, assim como dos futuros americanos, que negociam em alta na manhã desta terça-feira, 1°.
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