O imbróglio dos combustíveis e seus efeitos no mercado
VEJA Mercado em vídeo: Investidores monitoram a decisão sobre a cobrança do imposto e os dados de inflação
A discussão sobre a tributação dos combustíveis e os dados de inflação são os principais assuntos desta segunda-feira. A medida que isenta os impostos sobre a gasolina e o etanol encerra amanhã e para definir os rumos dessa cobrança, o presidente Lula se reuniu hoje com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
O assunto divide a opinião dos membros do governo, com a ala econômica desejando a retomada da cobrança para aumentar a arrecadação e diminuir o déficit fiscal, enquanto a ala política defende a prorrogação da desoneração.
A decisão deve ser anunciada até o final do dia e é acompanhada com atenção pelo mercado devido aos efeitos que a medida pode causar no âmbito fiscal e nas perspectivas inflacionárias. O Boletim Focus divulgado hoje mostra que as projeções para este e para os próximos anos subiram. O mercado projeta o IPCA em 5,90% para este ano, essa é a décima primeira semana consecutiva de alta no índice e fica a cada semana mais distante da meta de 3,25%. A elevação na expectativa inflacionária pode pressionar por juros mais altos, que se tornou o principal alvo de críticas de Lula. Com a inflação e os juros em foco, as atenções também se voltam para a indicação de Lula para os novos diretores do Banco Central e pode dar sinalizações dos rumos pretendidos pelo governo na condução da política monetária. O Ibovespa opera com bastante volatilidade à espera dessas decisões, perto dos 105 mil pontos.
No exterior, as bolsas internacionais operam com ganhos refletindo a alta nos contratos de petróleo após relatos de que a Rússia pretende restringir a oferta da commodity. Nos Estados Unidos, o desempenho das commodities divide a atenção com os dados de inflação e os receios de maiores elevações nos juros, com o mercado cogitando uma taxa acima de 6%. O dólar opera em queda, próximo de 5,18 reais.