Entre as decisões dos principais estaduais do país, alguns clubes brasileiros retomam as atenções para a Libertadores, competição mais almejada do calendário esportivo sul-americano. Tradicionalmente com estádios cheios, as equipes aproveitam os compromissos em casa para lucrar com a venda de ingressos. No Allianz Parque, por exemplo, pacotes, com comida e bebida incluída, podem chegar a 1 550 reais para acompanhar os jogos do Palmeiras na primeira fase. “Existe um entendimento, por parte da Conmebol, da importância de atrair todos os tipos de torcedores possíveis. A final única, por exemplo, é uma mudança que vai no sentido de engrandecer o espetáculo e potencializar o faturamento, uma vez que facilita a abordagem comercial com patrocinadores e os direitos de transmissão”, diz Joaquim Lo Prete, diretor da Absolut Sport no Brasil, agência especializada em experiências esportivas.
Nos últimos anos, a Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano, aumentou a premiação de todas as suas competições para mais de 1,5 bilhão de reais. O Botafogo é a única equipe nacional que fará a estreia em casa. Com bilhetes que variam entre 60 e 500 reais para o público geral, mais de 25 mil alvinegros já confirmaram presença para o jogo contra o Junior Barranquilla-COL. “Com a competição no centro dos holofotes, em um cenário de alta dos contratos de patrocínio, é natural que o preço das entradas também se eleve”, diz Cristiano Maschio, presidente da Qesh, empresa que oferece soluções tecnológicas para operações financeiras no esporte;
O aumento na precificação dos ingressos vem acompanhado do crescimento da média de público no país. Para efeito de comparação, o Brasileirão, apenas com venda de ingressos, gerou mais de 486 milhões de reais na última edição. No ano anterior, a marca ficou na casa dos 307 milhões de reais. “A competição tem se tornado ainda mais popular, devido a quantidade de brasileiros conquistando o título. A consequência disso é o aumento no valor dos ingressos”, comenta Léo Rizzo, presidente da Soccer Hospitality, empresa que oferece serviços de camarotes em oito estádios brasileiros.
Com o avanço tecnológico, o acesso para as arenas, principalmente no Brasil, passa por transformações. Torcedores brasileiros que viajaram para acompanhar a equipe no exterior já tiveram que enfrentar testes de bafômetros para ingressar em estádios da América do Sul. Por aqui, a biometria é um dos recursos que vem se popularizando, com a obrigatoriedade de vincular o ingresso com os dados pessoais do usuário. Pela Lei Geral do Esporte, o reconhecimento facial será obrigatório em todos os estádios do país até 2025. “Proporcionar um acesso mais rápido e prático garante maior segurança adicional e personaliza interações. Com isso, eleva-se o conforto e a conveniência dos fãs, tornando cada jogo uma experiência agradável e, ao mesmo tempo, moderna”, diz Vitor Roma, CEO da Keeggo, consultoria de tecnologia.