O obstáculo que os árabes enfrentam para comprar o BK Brasil
VEJA Mercado: conselho rejeitou a primeira proposta de compra da fatia de 45,1% da companhia
O conselho da Zamp, controladora do Burger King no Brasil, rejeitou a proposta do fundo árabe Mubadala por 45,1% das ações da empresa. Caso a oferta fosse aprovada, o fundo se tornaria acionista majoritário da companhia, uma vez que já possui 5% dos papéis do BK. Em análise conjunta com o BTG Pactual, o conselho da companhia estimou um valor de mercado entre 9,96 e 13,47 reais por ação, o equivalente a 2,7 e 3,7 bilhões de reais, mas a oferta do Mubadala era de 7,55 reais por ação, considerada baixa pela companhia.
Para os analistas do Credit Suisse, existem alguns obstáculos para o sucesso do negócio. “Para ter chances de sucesso, acreditamos que a Mubadala teria que apresentar uma nova oferta com um prêmio em relação ao preço atual das ações”, escreveram em relatório. “Caso o negócio se concretize, o Mubadala passaria a ser o acionista controlador da empresa. Como tal, a liquidez poderia ser significativamente reduzida”, pontuaram.
“Os interesses do potencial acionista controlador podem entrar em conflito com o de acionistas minoritários, especialmente considerando que Mubadala não possui expertise no negócio. O conselho também não pode garantir que a franqueadora do BKB concordará com a Mubadala”, finalizaram. De toda forma, esse é um episódio que ainda está distante de um desfecho. O leilão da oferta acontece em 15 de setembro na B3, e o fundo precisa decidir se mantém, retira ou aumenta a proposta pela fatia do BK Brasil antes dessa data. Desde a publicação da oferta, em 1° de agosto, os papéis do BK dispararam 36%, e recuam 2% nesta quinta-feira, 18, depois da rejeição pelo conselho.
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