O peso das ofensas de Bolsonaro a grandes parceiros comerciais do Brasil
Presidente do quinto país que mais compra do Brasil foi acusado de "tacar fogo em metrô" durante debate eleitoral
Ao utilizar seus dois minutos de considerações finais no debate presidencial do último domingo 29, o presidente Jair Bolsonaro falou em tom depreciativo sobre cinco chefes de Estado latinoamericanos, que representam duas ditaduras e três democracias do continente. Os alvos foram os líderes da Nicarágua, Venezuela, Colômbia, Argentina e Chile. Os dois últimos foram o terceiro e quinto país, respectivamente, para os quais o Brasil mais realizou exportações em 2021, segundo dados do Ministério da Economia. O caso que ganhou mais destaque foi a ofensa contra o presidente do Chile, Gabriel Boric, que Bolsonaro acusou de ter agido como incendiário.
“Lula apoiou o Presidente do Chile também, o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?”, disse. O mandato de Boric dura até 2026. Assim, foi fragilizado o relacionamento com o país para o qual o Brasil exportou quase 7 bilhões de dólares em 2021, ou quase 40 bilhões de reais na época. A ministra das Relações Exteriores do Chile desmentiu as acusações. “Obviamente, são absolutamente falsas. Lamentamos que, em um contexto eleitoral, as relações bilaterais sejam aproveitadas e polarizadas por meio de desinformação”, comentou. Também foi emitida uma nota de repúdio ao ocorrido.
Entre janeiro e julho de 2022, as três democracias cujos líderes foram duramente criticados — ou acusado de crime — por Bolsonaro somaram mais de 16,6 bilhões de dólares, ou 83 bilhões de reais, em exportações brasileiras.
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