O que Lula precisa fazer para reatar a lua de mel com o mercado
VEJA Mercado: indefinições na política econômica alimentam estresse entre investidores
O mercado deu o seu recado. Por volta de 17h15, o índice Ibovespa caminhava para amargar uma forte queda de 2,5%, aos 115.300 pontos, enquanto o dólar comercial subia 2%, cotado a 5,173 reais. O estremecimento na lua de mel entre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e a Faria Lima se dá em função da indefinição quanto ao ministério da Fazenda. O mercado precifica a escolha de um nome técnico e nem disfarça a preferência por Henrique Meirelles, mas as especulações e as incertezas quanto ao futuro da pasta já começam a estressar os investidores.
A escolha desse ministério é vital para o desenho das perspectivas econômicas para os próximos anos e, sobretudo, para dissipar a grande nuvem que paira sobre esse assunto na bolsa. “Seguimos acreditando que a continuação de uma tendência de fortalecimento dos ativos brasileiros dependerá, em grande escala, das condições globais e, mais importante, dos sinais de apetite por reformas que levem a uma aceleração do crescimento econômico potencial e que gerem contenção nos gastos públicos obrigatórios no próximo ciclo político”, avalia o Santander, em relatório assinado pela economista-chefe do banco, Ana Paula Vescovi.
Enquanto a definição não sai, os trabalhos na transição de governo já apontam para a elaboração de uma PEC para retirar da regra do teto de gastos promessas como a manutenção do Auxílio Brasil de 600 reais para 2023. O Radar Econômico também antecipou que o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin tem como objetivo aprovar uma reforma tributária nos primeiros seis meses de governo.
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