O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou que a abertura de novos cursos de medicina em instituições particulares deve acontecer por meio de chamamento público, conforme as normas da Lei do Programa Mais Médicos, promulgada em 2013. O objetivo é abrir turmas em locais que demandam a contratação de novos profissionais. Em tese, a notícia seria economicamente positiva para as empresas do setor porque limitaria o número de novos cursos e, por consequência, acrescentaria valor aos já ofertados. O problema é que não se sabe ao certo o número de cursos abertos por meio de liminares judiciais desde 2018 e quantos estão em fase inicial de avaliação, tampouco como a decisão será cumprida pelo governo. O ministro do STF determinou que os atuais processos sejam interrompidos. O impasse ainda não foi solucionado pelo Ministério da Educação (MEC).
Alguns analistas temem pelos efeitos dessa decisão nas empresas do setor e as ações de algumas companhias despencam nesta segunda-feira, 14. “Vemos a notícia como negativa para as empresas de educação, demonstrando uma fragilidade maior no segmentos de medicina, em que a secretaria responsável pela regulação aparenta ter pouca credibilidade para manter o surgimento de novas vagas de medicina contidas, gerando riscos ao segmento, onde seus diferenciais que garantiam uma alta rentabilidade às companhias estão ameaçados”, avaliam os analistas da Ativa Investimentos em relatório enviado a clientes. Os papéis de Ânima, Yduqs e Ser Educacional caem 18,3%, 10,6% e 6,8%, respectivamente.
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