Veja Mercado | Fechamento da semana | 12/09 a 16/09
Inflação americana, vendas do varejo no Brasil e nos Estados Unidos, Índice de Atividade Econômica do Brasil (Ibc-Br) e pedidos de seguro-desemprego nos EUA, todos contrariaram as previsões de mercado nesta semana. O dado de maior impacto foi a inflação americana de agosto, que provocou um grande estresse nas bolsas. Foi registrada uma alta de 0,1% nos preços, ao contrário da queda de 0,1% estimada por analistas. O núcleo de inflação, que desconsidera preços de alimentos e energia, subiu 0,6%, ante a expectativa de 0,3%. Como consequência da dificuldade persistente dos americanos em conter os preços, os índices Nasdaq e S&P 500 afundaram 5%, no pior pregão desde junho de 2020. No mesmo dia, o Ibovespa recuou 2,5%.
Além dos péssimos sinais trazidos pela alta de preços nos EUA, outros números pegaram o mercado de surpresa. As vendas do varejo americano em agosto vieram acima do esperado, mostrando que a economia ainda está aquecida. Contribuindo com essa análise, os números de pedidos de seguro-desemprego no país foram inferiores ao estimado. Já no Brasil, as vendas do varejo em julho apresentaram queda de 0,8% em julho, quando se esperava alta de 0,1%, o que indicaria uma desaceleração da economia. Entretanto, o Ibc-Br, que é considerado uma prévia do PIB, teve um crescimento de 1,17% em julho, diferente do avanço de 0,3% que o mercado apontava.
Colocados lado a lado, os dois dados brasileiros transmitem uma mensagem dúbia quanto à atividade econômica. Por outro lado, os americanos apontam em uma direção clara: uma economia superaquecida quando considerada a inflação. Por isso, analistas passaram a levantar a possibilidade do Federal Reserve elevar os juros do país em 1 ponto percentual na próxima reunião, marcada para a próxima quarta-feira, 21. O mais provável ainda é uma elevação de 0,75 ponto.
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