Por que a privatização da Eletrobras não deve ser revertida por Lula
VEJA Mercado: avaliação é de que companhia está protegida de qualquer movimento nesse sentido
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a dizer durante a campanha eleitoral que reverteria a privatização da Eletrobras caso fosse eleito, mas deu um passo para trás nesse tema. Mesmo que o petista decidisse insistir na reversão desse processo, as chances de sucesso seriam remotas para alguns analistas do mercado financeiro. A leitura é que a empresa está bem protegida de uma eventual reestatização. Além da cláusula que limita a 10% o poder de voto de qualquer acionista, existe uma poison pill, ou pílula de veneno, um mecanismo que desestimula aquisições agressivas, de 200% caso qualquer acionista adquira o controle acionário da Eletrobras. Por fim, qualquer movimento no sentido de reverter a privatização dependeria de aprovação do novo Congresso, majoritariamente de centro-direita.
“De acordo com os termos da privatização, o poder de voto de qualquer acionista individual é limitado a 10%. Há também uma poison pill de 200% caso qualquer acionista decida adquirir o controle acionário da empresa, o que neste momento se traduziria em uma conta de mais de 300 bilhões de reais. E mesmo que o governo decidisse avançar com esse plano, o processo ainda precisaria ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, que atualmente têm maioria de representantes de centro-direita. Como tal, vemos isso como um cenário muito improvável”, avalia o BTG Pactual. Por volta de 13h, as ações da Eletrobras subiam 2%.
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