O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) vendeu um terço da participação que detinha na BRF, frigorífico que surgiu da fusão da Sadia e Perdigão, para Marcos Molina, da Marfrig. Fontes a par da operação dizem que a Previ reduzirá sua participação de 9% para cerca de 6%. O que chama a atenção é o timing da operação: o preço da ação está baixo e a direção da Previ está prestes a mudar. A BRF já chegou a ter sua ação valendo 80 reais. Em 2017, valia 55 reais. Em 2019, valia 38 reais. Hoje, mesmo com a alta de mais de 16%, por conta da movimentação que foi noticiada no início da tarde pelo Brazil Journal, a ação está valendo cerca de 27 reais. De acordo com fontes próximas à Previ, a venda é parte de uma estratégia para compor com Molina no Conselho da BRF. Na direção do fundo, a conversa é que o preço foi bom já que compôs com vários outros investidores que também venderam suas participações.
Até pouco tempo, no entanto, os gestores diziam aos beneficiários da Previ que não queriam vender nesta faixa de preço que está hoje, para esperar a captura de valor com a nova estratégia da companhia. Há dois anos, a Marfrig já tinha tentando promover uma fusão com a BRF, sem sucesso. Não se chegou a um acordo de preço. A operação é ruim para a família Fontana que vai ficando cada vez mais distante da administração da companhia.
A BRF confirmou na noite desta sexta-feira a operação e a Marfrig passou a ser a maior acionista com 24,23% das ações.
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